Ceará lucra alto com transferências
De volta à elite do futebol brasileiro após duas temporadas, o Ceará atravessa um dos melhores momentos dos últimos anos. Em campo, o clube celebra o bicampeonato estadual, está classificado para as quartas de final da Copa do Nordeste e ocupa atualmente a décima colocação na Série A após onze rodadas disputadas. Mas os bons ventos não sopram apenas nos gramados.
Fora deles, o Alvinegro colhe frutos de uma reestruturação administrativa e técnica. Os departamentos médico e de futebol passaram por modernizações importantes, com investimentos em tecnologia e qualificação de pessoal. Contudo, um dos avanços mais expressivos se deu no setor financeiro.
Negociações
Inicialmente, a diretoria previu arrecadar R$ 28,4 milhões em transferências de atletas ao longo do ano. A meta, porém, foi superada logo no início de 2025. Com a venda de nomes como Erick Pulga, Saulo Mineiro e David Ricardo, o clube já havia embolsado R$ 29 milhões antes mesmo do fim de janeiro.
O atacante Pulga foi negociado com o Bahia, que pagou R$ 18,8 milhões, dos quais R$ 12,3 milhões foram para os cofres cearenses. Saulo seguiu rumo ao futebol chinês, vendido ao Shanghai Shenhua por R$ 5,8 milhões. Já David Ricardo foi contratado pelo Botafogo por 1,8 milhão de dólares, o que equivaleu a R$ 10,8 milhões na cotação da época.
Além dessas transações diretas, o Ceará também se beneficiou de mecanismos da Fifa que garantem participação em vendas futuras. Um exemplo é o atacante Artur Victor, que rendeu R$ 400 mil ao clube após se transferir para o Botafogo, valor relativo à cláusula de solidariedade internacional. Em fevereiro, o meia Guilherme Castilho foi negociado com o Juarez, do México, por US$ 1,5 milhão (cerca de R$ 8,6 milhões).
Mais recentemente, a saída de Lelê para o Nagoya Grampus, do Japão, reforçou ainda mais o caixa alvinegro. O centroavante, emprestado pelo Fluminense, acabou vendido pelos cariocas e, como ainda tinha contrato vigente com o Ceará, o clube de Porangabuçu ficou com R$ 1,95 milhão da negociação.
Outro reforço financeiro importante veio com a transferência de Arthur Cabral para o Botafogo. Formado nas categorias de base do Ceará, o atacante foi comprado pelo clube carioca por 12 milhões de euros (cerca de R$ 76 milhões), e os 2,6% a que o clube cearense tinha direito renderam mais R$ 1,97 milhão.
Somando todas as receitas, o Ceará alcançou R$ 41,82 milhões em transações envolvendo jogadores, superando em R$ 13 milhões o valor originalmente estimado. Com esse desempenho, a diretoria ganha margem para investir em contratações que reforcem o elenco na reta final da temporada, além de ampliar melhorias estruturais internas.

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Balanço das receitas do Ceará com transferências
- Erick Pulga: R$ 12,3 milhões
- Saulo Mineiro: R$ 5,8 milhões
- David Ricardo: R$ 10,8 milhões
- Guilherme Castilho: R$ 8,6 milhões
- Artur Victor: R$ 400 mil
- Lelê: R$ 1,95 milhão
- Arthur Cabral: R$ 1,97 milhão
- Total arrecadado: R$ 41,82 milhões