Palermo explica decisão de sair do Fortaleza
O fim da trajetória de Martín Palermo no Fortaleza foi confirmado poucos dias após o rebaixamento para a Série B, encerrando um ciclo curto, porém intenso, no comando do clube cearense. Mesmo com o desejo da diretoria em mantê-lo, o treinador argentino optou por não seguir no cargo para a próxima temporada.
Contudo, ao detalhar os motivos da saída, Palermo fez questão de afastar qualquer interpretação ligada a questões financeiras. Segundo ele, não houve sequer discussão sobre valores ou propostas salariais durante as conversas com a cúpula tricolor, liderada pelo CEO Marcelo Paz.
Além disso, o treinador revelou que possuía contrato válido até 31 de dezembro e pediu alguns dias para avaliar com calma a possibilidade de continuidade. “Nunca houve oferta de dinheiro, não falamos disso. O diálogo foi apenas sobre seguir ou não. Eu precisava me sentir seguro”, afirmou, em entrevista concedida ao SporTV.
Abalo emocional
Portanto, a decisão esteve diretamente relacionada ao desgaste emocional causado pelo desfecho da temporada. Palermo explicou que sentia ter entregado tudo o que estava ao seu alcance desde a chegada ao clube, especialmente pela forma intensa como assumiu o desafio de evitar o rebaixamento.
No entanto, o golpe final veio na última rodada, diante do Botafogo, resultado que confirmou a queda. Segundo o argentino, a frustração pelo insucesso no objetivo principal pesou de maneira determinante. “Não conseguir o acesso foi uma desilusão muito grande. Aquilo me afetou profundamente”, declarou.

Palermo em Cruzeiro x Fortaleza pelo Brasileirão. Foto: Pedro Vilela/Getty Images
Palermo sondado pelo Remo
Ainda assim, o treinador destacou a forte conexão construída com o elenco durante os 17 jogos em que esteve à frente da equipe. Foram nove partidas de invencibilidade, somando oito vitórias, quatro empates e apenas cinco derrotas. Entretanto, desempenho que, apesar dos números, não foi suficiente para evitar o rebaixamento.

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Por fim, Palermo revelou não ter propostas concretas no momento, seja no Brasil ou na Argentina, citando apenas uma sondagem inicial do Remo. “Depois do que aconteceu, senti um vazio enorme. Assumir novamente uma responsabilidade tão grande, sem digerir tudo, seria injusto comigo e com o clube”, concluiu.




