Atacante do Cruzeiro comemora absolvição no CAS
Após meses de incerteza e desgaste emocional, Gabigol, do Cruzeiro, teve sua punição anulada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) nesta sexta-feira. O atacante do Cruzeiro celebrou a vitória jurídica com uma declaração forte e pessoal, em que desabafou sobre o peso do processo. Em comunicado divulgado logo após a decisão, o jogador afirmou que viveu “dois dos anos mais difíceis da minha vida” e lamentou ter sido apontado injustamente por uma infração que, segundo ele, nunca cometeu.
“Culpado antes de ser julgado”
A suspensão de 24 meses, imposta em março do ano passado por suposta violação das regras antidoping, havia sido suspensa provisoriamente pouco depois, o que permitiu a Gabigol seguir treinando e atuando enquanto o caso seguia em análise. Nesta semana, o CAS divulgou sua decisão definitiva, considerando que, embora a conduta do jogador durante o exame tenha sido inadequada, não configurou adulteração nem justificava a penalidade aplicada.
Em tom de alívio e firmeza, Gabigol declarou: “Foram quase dois anos dos mais difíceis da minha vida, quando fui acusado injustamente, apontado por algo que nunca fiz. Nenhuma substância proibida foi encontrada, mas ainda assim quiseram me punir por uma suposta ‘atitude’. Vi meu caráter ser questionado, minha palavra ser desacreditada, minha família sofrer, meus fãs divididos.” A reflexão do atacante evidencia a frustração com o julgamento público que antecedeu a análise formal do caso.
Críticas ao processo e gratidão aos aliados
Segundo a decisão do CAS, a conduta do atacante não foi adequada, porém os responsáveis pelo controle de dopagem também falharam em aplicar os protocolos corretos. O tribunal pontuou que os oficiais não deixaram claro ao jogador os limites de comportamento exigidos e não agiram com a firmeza necessária para conduzir o procedimento de forma padronizada.
Gabigol também destacou os impactos psicológicos da situação, dizendo que “carreguei o peso de ser visto como culpado antes mesmo de ser julgado. Vivi a dor de ver potenciais novos caminhos se fecharem e jovens que se inspiram em mim confundidos sobre quem eu realmente sou.” O jogador deixou claro que, embora absolvido, as marcas desse período ainda permanecem em sua trajetória.
O atacante agradeceu ao seu staff, ao time jurídico que o representou o escritório Bichara e Motta Advogados e ao Cabuloso, clube que o acolheu em meio à turbulência. Também mencionou a importância da solidariedade recebida ao longo do processo. “Saio desse processo de cabeça erguida, mas com a certeza de que jamais esquecerei quem caminhou comigo”, afirmou.
O CAS, última instância da justiça desportiva, avaliou o recurso com um painel de três árbitros e tomou uma decisão unânime. Gabigol não esteve presente na sede do tribunal, em Lausanne, na Suíça, mas acompanhou o desfecho à distância, do Rio de Janeiro, enquanto era representado por seus advogados.

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A expectativa agora é que o atacante possa retomar plenamente sua carreira, livre das incertezas que o assombravam. Ele finalizou sua nota com um apelo por reflexão dentro do esporte: “Que justiça para a justiça não é perseguição. Espero que meu caso sirva de reflexão para que nunca mais um atleta, ou qualquer pessoa, passe pelo que eu e minha família passamos.”