Vasco enfrenta punição da FIFA, mas aposta na recuperação judicial
O Vasco da Gama vive dias de expectativa. O clube foi surpreendido por um transfer ban imposto pela FIFA, relacionado à contratação do meia Adson junto ao Nantes, da França. No entanto, o cenário pode mudar em breve. De acordo com Alan Belaciano, presidente da Assembleia Geral do clube, a diretoria acredita que conseguirá reverter a punição nos próximos dias, amparada no processo de recuperação judicial em andamento.
Segundo Belaciano, a forma como a FIFA aplica o transfer ban mudou recentemente. “Antigamente, a Fifa notificava o clube para falar e depois avaliava a questão do transfer ban. Hoje, isso mudou. Primeiro, eles fazem o transfer ban e depois eles comunicam o clube.” O dirigente afirmou que o Vasco foi pego de surpresa pela medida, mas que irá apresentar sua situação legal e comprovar, por meio de decisões judiciais, que há respaldo para suspensão da sanção.
Argumento jurídico como trunfo do Vasco
A recuperação judicial permite ao clube reorganizar suas dívidas, suspendendo temporariamente os pagamentos até a homologação de um plano coletivo com os credores. É exatamente esse o argumento que o Vasco apresentará à FIFA, com base no regulamento da própria entidade, que abre margem para reconsideração em casos desse tipo. “A gente está em recuperação judicial, vai comprovar as decisões judiciais que corroboram com isso”, reforçou Belaciano.
O caso Adson é um dos mais delicados. O Vasco declarou à Justiça que ainda deve 3,89 milhões de euros (aproximadamente R$ 24,7 milhões) ao Nantes, dos 5 milhões de euros totais acordados na negociação. O clube busca convencer a entidade máxima do futebol de que, diante da recuperação judicial, não é possível fazer o pagamento imediato, o que justificaria a suspensão do bloqueio para novos registros.
Nova ameaça de transfer ban por Juan Sforza
Enquanto tenta resolver o problema com o Nantes, o clube já vê outra tempestade se formar. O Newell’s Old Boys, da Argentina, move uma ação parecida na FIFA, cobrando valores referentes ao volante Juan Sforza, e pedindo punição semelhante ao Vasco. Esse processo já avançou dentro da entidade, o que preocupa a diretoria vascaína.
Nos dois casos, a linha de defesa é a mesma: as dívidas estão contempladas no processo de recuperação judicial, o que inviabiliza pagamentos fora do cronograma legal. A intenção é mostrar à FIFA que o Vasco não está inadimplente por desorganização, mas sim amparado por uma decisão da Justiça brasileira que rege a atual fase do clube.

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Se não conseguir convencer a FIFA da validade de seu argumento, o Vasco só poderá voltar a registrar novos jogadores na janela do meio do ano mediante quitação total da dívida. Até lá, a missão é clara: provar que o processo de recuperação judicial não apenas existe, como é legítimo e suficiente para suspender a punição.