Domínio com pouca efetividade
O Palmeiras garantiu vaga nas quartas de final da Copa do Mundo de Clubes ao vencer o Botafogo por 1 a 0, neste sábado (28), no Lincoln Financial Field, na Filadélfia. O gol da vitória saiu apenas na prorrogação, com Paulinho decidindo aos 10 minutos, mas o Alviverde já havia mostrado superioridade ao longo dos 90 minutos. Com mais posse de bola e repertório variado, a equipe de Abel Ferreira dominou as ações ofensivas, mas esbarrou na forte marcação adversária e nas dificuldades de finalização.
Durante a primeira etapa, o Verdão apostou tanto nas trocas de passes pelo chão quanto nos lançamentos longos, buscando explorar a velocidade de Estêvão e Vitor Roque. A pressão palmeirense se intensificou principalmente nas bolas paradas, onde levou mais perigo ao gol adversário. Apesar disso, o gol insistia em não sair, muito por mérito do sistema defensivo botafoguense, que se mostrou bem postado e compacto.
Após a parada técnica do primeiro tempo, o Botafogo conseguiu equilibrar o duelo e deixou o jogo mais aberto. No entanto, o Palmeiras manteve o volume ofensivo e voltou do intervalo com ainda mais intensidade. A ousadia apareceu em jogadas como uma bicicleta de Vitor Roque e até um gol de Estêvão, que foi anulado por impedimento. A insistência era clara: o Palmeiras rondava a área adversária e testava todos os caminhos possíveis para abrir o placar.
Troca polêmica e decisão certeira
Aos 17 minutos do segundo tempo, Abel Ferreira tomou uma decisão que mudou os rumos da partida: tirou Estêvão para colocar Paulinho em campo. O jovem camisa 41 não escondeu o incômodo com a substituição e deixou o campo visivelmente contrariado. Mesmo no banco, seguiu envolvido na partida, a ponto de ser advertido com cartão amarelo aos 14 minutos da prorrogação, já fora do gramado.
A saída de Estêvão foi cercada de tensão não só pela importância técnica do jogador, mas também por seu momento especial: vendido ao Chelsea, o Mundial de Clubes pode marcar sua despedida com a camisa alviverde. Abel, no entanto, justificou com futebol: precisava de um atleta mais fresco e com presença de área. E Paulinho respondeu em campo, com a frieza que o jogo pedia.
Com apenas 10 minutos de prorrogação jogados, Paulinho recebeu no lado direito da área e finalizou cruzado, rasteiro, sem chances para o goleiro. O gol selou a vitória do Palmeiras e validou a decisão de Abel Ferreira, que, mesmo sob críticas de parte da torcida pelo corte de Estêvão, acertou na escolha que definiu o placar.
O Palmeiras se impõe, mas precisa calibrar o ataque
Apesar do triunfo e da classificação, o Palmeiras ainda tem lições a tirar do duelo contra o Botafogo. O desempenho ofensivo foi bom em volume e criatividade, mas seguiu aquém na conclusão. Foram diversas chances desperdiçadas e um gol que só veio depois de 100 minutos de bola rolando. Contra adversários mais experientes, como Chelsea ou Benfica, possíveis rivais nas quartas — essa demora pode custar caro.
Abel Ferreira, por sua vez, demonstrou mais uma vez sua leitura de jogo afiada. A troca entre Estêvão e Paulinho não apenas mudou a partida, mas evidenciou a força do elenco palmeirense. Com jogadores capazes de decidir no banco, o Verdão mostra ter opções para diferentes cenários e estilos de jogo.

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Agora, o time aguarda o vencedor de Benfica e Chelsea para saber quem enfrentará nas quartas de final do Mundial. Enquanto isso, o torcedor palmeirense celebra uma vitória simbólica: além da vaga, o clube quebrou uma sequência de cinco jogos sem vencer o Botafogo desde a virada épica no Brasileirão de 2023 — desta vez, com um novo herói decisivo.