Desde que assumiu o comando financeiro do Botafogo, a liderança de John Textor (gestor empresarial e dono da SAF do Clube carioca) tem enfrentado obstáculos para sanar todas as pendências econômicas do Fogão. Ao todo, o endividamento aos credores do Botafogo ultrapassa a marca de 936 milhões de reais, valor estimado em quase 1 bilhão, considerando as correções de juros.

E foi justamente a alta das taxas de juros que fizeram das estratégias de Textor um verdadeiro insucesso. As ações judiciais referentes aos credores do Botafogo indicam que o clube enfrenta ainda mais dificuldade de equilibrar o pagamento de suas dívidas. Perante a Justiça, o Alvinegro Carioca ainda deve esclarecimentos sobre a transparência da SAF -medidas contratuais ligadas às declarações na Receita – e em relação à renegociação com os credores (maior empecilho encontrado no momento). O valor das dívidas ainda é alto.

Desde quando foi formulada a Lei da SAF no Brasil (2021), a expectativa do Mercado Financeiro previa o crescimento da taxa Selic anual referente a 2%. No entanto, algumas medidas do Banco Central questionavam esse valor, dizendo que ele poderia ser irreal com o cenário econômico instável perante a pandemia. E a previsão estava equivocada. Hoje, em 2023, a Selic está na casa de 13,75% ao ano. Uma manobra encontrada por John Textor foi cessar o cumprimento das obrigações com o Regime Centralizado de Execuções (REC).

A fim de buscar a melhor alternativa para a renegociação dos pagamentos destinados aos credores, o empresário estadunidense recontratou a Stone Partners (agência responsável por negociação de crédito) para avaliar soluções e diretrizes que sejam favoráveis à situação do Botafogo. Entre as medidas, está uma nova política de transparência do faturamento do clube e acordos de crédito com taxas de juros menores.

Toda esta situação tem desagradado tanto à Justiça, que não consegue indenizar o não cumprimento das obrigações do clube-empresa com as exigências de transparência fiscal, bem como os credores civis, sendo eles: ex-jogadores, ex-funcionários e ex-treinadores. Fornecedores e demais instituições que realizaram parcerias com o Fogão também foram prejudicadas devido as estratégias da SAF. As novas tratativas podem incluir riscos patrimoniais (penhoras) e multas ao Clube e individuais para o empresário John Textor, uma vez que ele é detentor da maioria dos direitos do clube-empresa.