Botafogo e o quase acerto com Wendel

Companheiro de Luiz Henrique no Zenit, da Rússia, o meio-campista Wendel esteve a um passo de vestir a camisa do Glorioso. O Botafogo chegou a negociar sua chegada após o término do campeonato russo, mas o sonho acabou esbarrando em entraves fora das quatro linhas. De acordo com o clube carioca, questões geopolíticas envolvendo os proprietários das equipes impediram que o acordo fosse concluído.

Luiz Henrique elogia o clube ao ex-companheiro

Apesar do imbróglio, Luiz Henrique, ídolo recente do Glorioso, revelou que chegou a conversar com Wendel antes da negociação esfriar. Em entrevista ao O DIA, o atacante contou que recomendou o clube com entusiasmo e que desejou sorte ao amigo na possível passagem pelo “tapetinho”. “Eu não fiquei sabendo da enrolação que teve, mas o Wendel me perguntou sobre o Botafogo e passei boas informações. Disse que seria feliz, que o clube é muito família. Depois, teve uma confusão, não sei o que rolou. Eu passei coisas boas e desejei que pudesse ser feliz no Botafogo, que ele desfrutasse do tapetinho (risos)”, contou o ex-camisa 7.

A relação entre os dois brasileiros no Zenit reflete o ambiente cada vez mais verde e amarelo do elenco russo. O clube abriga diversos compatriotas, o que facilita a adaptação dos recém-chegados e cria uma espécie de “embaixada brasileira” em São Petersburgo.

Adaptação e amizade em solo russo

Luiz Henrique, que trocou o Botafogo pelo Zenit em janeiro, por 35 milhões de euros (cerca de R$ 220 milhões à época), viveu uma fase de adaptação intensa ao novo país. Segundo ele, o início foi marcado por um choque térmico e cultural, mas a presença de outros brasileiros fez toda a diferença no processo. “No começo foi difícil por causa do frio. Agora já consegui me adaptar, são muitos brasileiros. Douglas Santos, Nino, Wendel, todos me ajudaram quando cheguei. Não só no clube, mas fora dele também. E o mais importante foi um auxiliar técnico brasileiro. O nosso treinador é russo, então é ele quem traduz tudo”, concluiu.

A convivência com jogadores como Douglas Santos, Nino, Wendel e Gerson ajudou o atacante a se sentir mais à vontade no ambiente russo. Além disso, a figura do auxiliar técnico William de Oliveira, também brasileiro, foi essencial para quebrar a barreira do idioma e aproximar o elenco.

Mesmo distante do Rio de Janeiro, Luiz Henrique mantém carinho e respeito pelo clube que o revelou. O Botafogo, por sua vez, segue de olho em nomes capazes de reforçar seu elenco para as próximas temporadas, enquanto os torcedores ainda imaginam como seria ver Wendel comandando o meio-campo do “tapetinho”.

Entre memórias, risadas e boas recomendações, a história do quase reencontro entre o Botafogo e Wendel mostra que o futebol, muitas vezes, é decidido não só nos gramados, mas também pelos ventos da geopolítica.