Ariel Cabral elogia Arrascaeta e relação do uruguaio com o Flamengo
Desde 2019 no Flamengo, Giorgian De Arrascaeta se consolidou como um dos maiores ídolos recentes do clube. Sua identificação com a torcida vai além dos títulos, refletindo também a conexão pessoal que o uruguaio construiu com a Nação Rubro-Negra. Ex-companheiro de Arrascaeta no Cruzeiro, o argentino Ariel Cabral falou à ESPN sobre o carinho e o profissionalismo do meia, além de projetar seu futuro.
“Sou suspeito para falar dele (Arrascaeta) porque sou amigo, praticamente família, as nossas famílias são muito amigas. Sempre gostei dele, o aprecio muito. É muito difícil você ver um jogador que mantenha essa qualidade, essa competitividade todos os anos, se superando, mostrando coisas novas a cada jogo. Tem jogo que você pensa ‘onde ele está? Não aparece’, mas é normal”, disse Cabral.
“Flamengo é praticamente um time europeu”, afirma Ariel Cabral
Ariel também destacou a personalidade de Arrascaeta e a importância do camisa 10 em momentos decisivos. “Para mim ele é um diferencial, eu treinei e joguei com ele, e o mais importante que ele tem é a personalidade. Você vê os gols e o que ele faz, mas se você conhecê-lo, ele nas finais não vai se esconder, vai pedir a bola, vai querer ir para cima dos caras. O caráter dele é o que faz a diferença para os outros jogadores. Para mim ele está em um momento muito bom e agora é onde ele tem que mostrar que ele é o 10 do Flamengo”, afirmou.
O ex-volante exaltou também o patamar do clube carioca no futebol mundial. “Ele poderia tranquilamente jogar na Europa, mas aí você pensa: está em um time gigante, o Flamengo é praticamente um time europeu, vamos falar a verdade. Às vezes é muito melhor do que outros times de lá. ‘Estou bem aqui (no Flamengo), me sinto bem, viu para a seleção’. Claro, em algum momento eu acho que ele pensou em ir jogar lá, tranquilamente poderia e pode jogar ainda, ele se supera ano a ano. O time do Flamengo é europeu, poderia competir em outras ligas fácil porque tem time com nome, tem clube, tem estrutura. Hoje em dia é um time europeu”, completou.
“Acho que ele vai se aposentar lá”, projeta Ariel sobre Arrascaeta
Questionado sobre o futuro do uruguaio, Ariel foi direto: “Eu acho que ele vai se aposentar lá (no Flamengo). Se eles mandarem embora, ele fica lá (risos). Está muito bem, tem muita coisa para ganhar ainda. Claro que não é fácil jogar no Flamengo, para a torcida não importa se você é o Arrascaeta, Pedro, Gabigol, você tem que mostrar jogo a jogo, final de semana, a cada três dias. É estressante, é um país que tem um campeonato com muitos jogos.”
O argentino também relembrou os primeiros momentos de convivência com o meia, ainda no Cruzeiro. “Em 2015 eu fui para lá (Cruzeiro) em agosto, e ele já estava no Cruzeiro há seis meses. Me apresentaram ele e eu o via nos treinos, bem tranquilo, fazia as jogadinhas dele e eu falava ‘quem é esse cara, esse craque, uruguaio?’. Depois ficávamos conversando com outros estrangeiros, mas era bem simples, não tinha essa, igual agora, não mudou nada. Mas era bem tímido, ele não queria falar com a imprensa, quando você vem de fora às vezes não se sente cômodo falando portunhol, falando castellano ou outro idioma, você fica um pouco fora dessas conversas”, contou.
“Mais brasileiro que uruguaio”: Ariel brinca sobre o estilo do camisa 10

CE – FORTALEZA – 25/10/2025 – BRASILEIRO A 2025, FORTALEZA X FLAMENGO – arrascaeta jogador do Flamengo durante partida contra o Fortaleza no estadio Arena Castelao pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Baggio Rodrigues/AGIF
Cabral também comentou sobre a adaptação de Arrascaeta ao futebol e à cultura brasileira. “Mas ele cresceu muito, todo mundo cresceu junto. Eu acho que eu fiz a minha parte, conversávamos muito, viajámos juntos, tomávamos chimarrão toda hora. Além do futebol, que ele já era diferenciado, jogava muito bem. Ele é uma pessoa muito simples, gente boa, 10/10. Dentro de campo, ele agora sabe correr no campo, um jogador mais experiente, sabe aonde se posicionar. Ele é quase carioca, já não é nem mais mineiro. Antigamente eu falava ‘você é mineiro’. Uruguaio, mineiro e carioca. Mais brasileiro que uruguaio. Eu falo para ele ‘você vai sair daí?’, e ele fala ‘não, estou bem aqui’. Bom demais isso.”

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Por fim, o ex-meio-campista afirmou que, se tivesse nacionalidade brasileira, Arrascaeta teria espaço na Seleção. “Ele com certeza teria oportunidade (de jogar na seleção brasileira). Depois você tem que ter uma consistência e uma regularidade, mas a oportunidade ele teria. É um jogador que vocês, culturalmente, não têm. E eu não falo de qualidade, a gente sabe que o argentino, o uruguaio e o brasileiro são jogadores técnicos, tem muito jogador. Depois vamos discutir o caráter, o extracampo, a raça, mas tudo isso junto. E raça eu não falo de brigar fora do campo ou dentro, falo e aparecer quando o time precisa, que vai aparecer, vai pedir a bola, não vai se esconder. Mesmo se errar, tanto faz, ele vai pegar a bola e chamar a responsabilidade do jogo. Isso ele tem, sabe lidar muito bem com isso”, finalizou.




