A referência brasileira dentro do Pyramids
Único brasileiro do Pyramids, Ewerton Silva se transformou no principal ponto de consulta dos companheiros para entender o Flamengo antes da semifinal da Copa Intercontinental. O atacante relatou que os colegas buscavam informações básicas sobre o time carioca, especialmente após a classificação rubro-negra para o Mundial.
“Como eu estou aqui, sempre tem alguns jogadores que vêm e perguntam como é, qual é a qualidade dos caras. Tem alguns jogadores que eles conhecem, principalmente os que jogaram na Europa há muito tempo. Eles não têm muita noção, mas estão sempre perguntando.”, contou em entrevista ao UOL.
A curiosidade aumentou significativamente depois da final da Libertadores em que o clube carioca faturou o título da competição com gol de Danilo. Ewerton contou que o vestiário foi tomado por perguntas sobre o futebol brasileiro e sobre o próprio Flamengo, que passou a ser o foco total dos jogadores egípcios. “Depois que foi chegando na reta final, eles estavam vendo. No outro dia [após final da Libertadores], eu cheguei no vestiário e os caras só perguntavam do Flamengo. Eles sabem que vai ser um jogo grande. Expliquei para eles um pouco do que é o Flamengo, do que representa no Brasil.”
A expectativa pessoal do atacante
A partida diante do Flamengo mexe diretamente com a trajetória de Ewerton, que saiu do Brasil ainda jovem, após atuar apenas na última divisão do Paulistão, e não imaginava reencontrar um clube brasileiro em uma competição internacional. “Eu nunca imaginei que, vindo para o Egito, teria a possibilidade de jogar contra um clube brasileiro, ainda mais o Flamengo, né. Torci para que fossem eles. Vai ser uma satisfação. É um jogo grande, contra o campeão da Libertadores. O Flamengo é maior que tem no Brasil, então a expectativa é muito boa, estou ansioso.”
Enquanto o Flamengo estreia diretamente na semifinal, o Pyramids chega embalado por duas vitórias, sobre o Auckland City e sobre o Al-Ahli, em sua primeira participação em um Mundial. Segundo Ewerton, o momento é encarado com empolgação e leveza. “Está sendo uma coisa nova para o clube. É um time novo, que não tem muita história e que nunca esteve nesse estágio. Os caras estão no céu. Cada jogo a gente tenta aproveitar da melhor maneira possível. Temos um time muito bom, que já joga há muito tempo junto. É jogar sem pressão, saber que a gente pode jogar, que vai ser difícil, na hora que tiver que sofrer, vamos sofrer, mas quando tiver oportunidade tem que jogar sem pressão, tentar desfrutar o máximo.”
A conexão antiga do Pyramids com o futebol brasileiro

Bruno Henrique do CR Flamengo levanta o troféu após vencer a partida FIFA Derby das Américas 2025 entre Cruz Azul e CR Flamengo no Estádio Ahmad Bin Ali em 10 de dezembro de 2025 em Doha, Catar. (Foto de Getty Images/Getty Images)
A relação entre Pyramids e futebol brasileiro não começou com Ewerton. Em 2018, o clube fez um grande investimento, contratando Rodriguinho, Keno, Ribamar, Arthur Caíke e Carlos Eduardo, além do técnico Alberto Valentim. A influência brasileira segue até hoje, especialmente por causa do desempenho de Keno no país. “Os caras são apaixonados pelo Keno aqui. Quando cheguei, só se falava no Keno, me perguntavam se eu conhecia. Ele veio para cá e arrebentou. Gostam muito de brasileiro aqui, do estilo de jogo do Brasil, da forma que é. Acho que tem alguns jogadores que até tentam jogar parecido com o estilo brasileiro.”

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Mesmo com a redução do limite de estrangeiros na liga egípcia, Ewerton divide o elenco internacional apenas com Mohamed Chibi, Walid El Karti, Ibrahim Touré e Fiston Mayele. A presença do atacante, entretanto, ganhou importância adicional justamente pela familiaridade com o futebol brasileiro em um momento decisivo para o clube. Agora, Pyramids e Flamengo se enfrentam no Qatar, e o vencedor terá o PSG pela frente na final.




