Pênalti ignorado em Arthur Cabral reacende críticas à arbitragem
O Botafogo ainda lida com as repercussões do lance envolvendo Arthur Cabral na derrota por 2 a 0 para o Internacional, no Beira-Rio. O atacante foi agarrado dentro da área por Mercado, mas o árbitro mandou o jogo seguir. A serenidade do camisa 98, que quase não protestou, chamou a atenção dos comentaristas do programa Equipe F, da ESPN, que destacaram a maturidade do jogador e a falta de critério dos árbitros em lances semelhantes.
Comentarista de arbitragem no programa, Carlos Eugênio Simon opinou sobre o episódio e fez críticas contundentes ao cenário atual. Para ele, a arbitragem brasileira perdeu o controle das partidas e passou a se deixar influenciar por reações e reclamações dentro de campo. “Chama a atenção (a reação de Arthur Cabral), mas não é a saída. O jogador também não está lá para reclamar, e o árbitro não pode ser vulnerável a ponto de qualquer jogador que protesta ceder. É um árbitro da Fifa, portanto, tem que impor respeito, autoridade.”
“Quem não chora não mama”, afirma Simon sobre comportamento em campo
Durante o debate, Simon ressaltou que a postura dos atletas tem pesado cada vez mais nas decisões dos juízes, e usou uma expressão popular para ilustrar o momento da arbitragem nacional. Segundo o ex-árbitro, as reclamações excessivas se tornaram quase uma estratégia dentro das partidas, e quem não protesta acaba sendo prejudicado.
“Mas é evidente, nós estamos num campeonato que é aquela musiquinha do Carnaval: quem não chora não mama. Está todo mundo chorando. Quando a regra é essa, o que vai fazer? Vai ter que chorar, vai ter que gritar. Outro dia foi dado um pênalti em que o jogador fez o árbitro ir no VAR”, relembrou Simon.
O ex-árbitro se referiu, provavelmente, ao pênalti marcado a favor do Grêmio contra o próprio Botafogo, quando Kannemann insistiu para que o árbitro Lucas Paulo Torezin revisasse um toque no braço de Matheus Martins. Após a intervenção do VAR Ilbert Estevam da Silva, o juiz reviu o lance e assinalou a penalidade, fato que gerou protestos dentro do clube alvinegro.
Simon vê arbitragem “no fundo do poço” e Botafogo tenta reagir no G4

RJ – RIO DE JANEIRO – 01/10/2025 – BRASILEIRO A 2025, BOTAFOGO X BAHIA – Arthur Cabral jogador do Botafogo durante partida contra o Bahia no estadio Engenhao pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Simon ainda ampliou as críticas e lamentou o estado da arbitragem no país, afirmando que o Campeonato Brasileiro tem sido marcado por erros constantes e falta de autoridade dentro de campo. “Enfim, o Campeonato Brasileiro está desse jeito. A arbitragem está no fundo do poço. Toda rodada é polêmica em cima de polêmica. Evidentemente que essa questão aí, os treinadores, os jogadores, os torcedores, está todo mundo reclamando. E até chama a atenção quando o jogador tem uma atitude dessa, baixa a cabeça, sofre uma penalidade máxima e não contesta, não reclama”, completou Simon.

Veja também
Breiller Pires critica liberação do Botafogo para Montoro disputar a Copa do Mundo Sub-20: “É um troço inexplicável”
Enquanto isso, o Botafogo segue em busca de estabilidade sob o comando de Davide Ancelotti. O time ocupa a quarta colocação, com 43 pontos, mas vê Bahia e Mirassol, ambos com jogos a menos, ameaçarem sua posição no G4. O Fluminense e o São Paulo também se aproximam, tornando a reta final ainda mais equilibrada.




