Dívidas disparam
O São Paulo vive uma temporada de altos e baixos em campo, mas é fora das quatro linhas que o clube enfrenta um dos seus maiores desafios. O balanço financeiro referente ao ano de 2024 escancarou a situação crítica.
Isso porque o Tricolor atingiu um endividamento de R$ 968,2 milhões, um salto expressivo em relação aos R$ 666 milhões registrados no fim de 2023, um aumento de R$ 301 milhões em apenas um ano.
Casares minimiza preocupação
Apesar do cenário alarmante, o presidente Júlio Casares adotou um discurso otimista. Em entrevista à TNT Sports, o mandatário garantiu que o clube já iniciou um processo de reestruturação financeira. Segundo ele, o controle rígido de gastos, a busca por novas fontes de receita e o fortalecimento das categorias de base são os pilares da segunda fase de sua gestão.
“O balanço foi aprovado nas três instâncias, e claro que gera uma preocupação não só no torcedor, mas em todos nós. Nós sabemos o que estamos fazendo, chegamos aqui em 2021, em uma pandemia. O torcedor vinha para tentar salvar o São Paulo de um eventual rebaixamento, e eu dizia que deveríamos trazer o torcedor de volta no nosso primeiro mandato”, iniciou.
“Eu tinha que ter resultado dentro de campo, e foi o que aconteceu. Quando você ganha, sua despesa também sobe, porque o jogador é valorizado, você tem uma reforma de contrato, assim por diante”, afirmou Casares.

SP – SAO PAULO – 22/08/2024 – COPA LIBERTADORES 2024, SAO PAULO X NACIONAL (URU) – Julio Casares presidente do Sao Paulo antes da partida contra o Nacional (URU) no estadio Morumbi pelo campeonato Copa Libertadores 2024. Foto: Marcello Zambrana/AGIF
Receita abaixo do esperado
Um dos fatores que contribuiu para o aumento da dívida foi a frustração na expectativa de vendas de atletas. O clube havia projetado arrecadar R$ 174,1 milhões com negociações em 2024, mas conseguiu apenas R$ 93,3 milhões, uma diferença de mais de R$ 80 milhões. Além disso, os gastos com o futebol profissional também ultrapassaram o previsto. O orçamento era de R$ 542 milhões, mas os custos chegaram a R$ 625 milhões. Mesmo assim, Casares sustenta que o clube tem um plano de recuperação.
“No entanto, é melhor eu ter uma despesa previsivelmente que vai subir, do que uma despesa que vai subir sem conquistas. A segunda parte do mandato, que começou em uma transição em 24, era buscar um mercado de capital através do fundo e focar no financeiro e na base. Esses são os nossos pilares.”
“Agora, nós vamos observar a redução drástica da despesa, o acompanhamento rígido do orçamento, isso já está acontecendo. O primeiro trimestre já nos deu um horizonte muito bom de resultado. Nós estamos trabalhando, olhando o São Paulo para o futuro. Já temos, até 2030, mais de dois bilhões em reais de contratos recebíveis”, disse.

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“Isso vai alimentar a continuidade do fundo e dar uma tranquilidade para o meu sucessor, mas depende da continuidade de fazer um time competitivo, mas com muita responsabilidade e, ao mesmo tempo, ter essa dívida num viés de baixa”, concluiu.