Pausa vira momento de decisão no Fortaleza
A pausa para o Mundial de Clubes não será apenas um intervalo no calendário do Fortaleza. Será também um ponto de virada para decisões importantes nos bastidores. A principal delas gira em torno do futuro do técnico Juan Pablo Vojvoda, que vive dias de incerteza no comando do Leão. Antes tratado como nome intocável, o treinador argentino agora está sob análise por parte da diretoria tricolor.
A sequência de tropeços recentes acendeu o alerta interno. O desempenho da equipe, aliado às escolhas controversas nas escalações, provocou desconforto entre os dirigentes. A confiança absoluta deu lugar a questionamentos sobre o rumo da temporada, e o debate sobre a continuidade do trabalho se tornou inevitável nos corredores do clube.
Histórico de conquistas entra em contraste com a má fase
Apesar do clima de turbulência, o currículo de Vojvoda impressiona. Desde sua chegada, em 2021, o argentino transformou o Fortaleza em protagonista do futebol nacional. Foram cinco taças levantadas e campanhas de peso, como a histórica semifinal da Copa do Brasil e as três participações seguidas na Libertadores, um feito inédito na história do clube.
Mas o passado glorioso parece ter perdido força diante do presente incômodo. Nos últimos 30 compromissos, o Fortaleza venceu apenas seis vezes. O rendimento no Brasileirão é preocupante: com dez pontos conquistados, o time amarga a 18ª colocação na tabela. A situação colocou a diretoria em posição delicada, dividida entre a gratidão pelo que foi construído e a urgência por resultados.
Diretoria cobra reação e treinador é pressionado a mudar
O recém-chegado diretor de futebol, Sérgio Papellin, já deixou claro que espera mudanças. Em conversa com o treinador, sugeriu abertamente que Vojvoda precisa reencontrar novos caminhos dentro do clube. A ausência do técnico em uma entrevista coletiva após a derrota para o Cruzeiro, seguida da goleada sofrida contra o Flamengo, ampliou o clima de instabilidade.
Mesmo assim, o CEO Marcelo Paz tentou acalmar os ânimos e reforçou, publicamente, a permanência do comandante. A declaração, no entanto, não impediu que os bastidores se agitassem. A parada no calendário pode se tornar uma janela decisiva para reformulações, ou, ao menos, para um reposicionamento estratégico do treinador diante do grupo e da torcida.
Vojvoda soma até aqui 307 partidas à frente do Fortaleza. Um número expressivo, que o coloca como um dos técnicos mais longevos do futebol brasileiro atual. No entanto, longevidade e estabilidade não andam mais de mãos dadas no momento. A relação, antes blindada, passa agora pelo seu momento mais delicado.

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Em um cenário onde o passado glorioso bate de frente com a urgência por respostas, o Fortaleza terá que decidir se mantém sua aposta no projeto que construiu ou se buscará novos rumos para tentar salvar a temporada. A pausa, que começou como alívio no calendário, virou também o tempo necessário para refletir e agir.