Um episódio amargo na trajetória de um ídolo rubro-negro
Durante sua participação no podcast do “ge”, Diego Ribas abriu o coração e relembrou um episódio difícil que marcou sua jornada com a camisa do Flamengo. Em 2018, o então camisa 10 viveu uma das situações mais delicadas de sua carreira ao enfrentar um protesto hostil da torcida, que acabou sendo um momento de grande dor pessoal.
“Foi muito difícil aquele momento para mim, a véspera do jogo, passar por tudo aquilo. Se você for colocar em um pacote assim geral é uma humilhação gigantesca aquilo que o jogador passa. Imagina milhões de pessoas, câmera no teu rosto iluminando, pessoas jogando pipoca na tua cara, cuspindo, te agredindo. E lá do outro lado teu pai, tua mãe, teus filhos e tua esposa assistindo aquilo. Isso porque o goleiro defendeu o teu pênalti”, relatou o ex-atleta, com um misto de desabafo e franqueza.
O episódio citado por Diego não foi apenas uma agressão física e verbal. Foi um golpe emocional profundo. Em meio à pressão de representar um dos maiores clubes do país, ele ainda teve que lidar com o olhar aflito de sua família vendo tudo de casa. A pipoca jogada, os gritos, os empurrões. Tudo isso simbolizou um limite ultrapassado.
Resistência mental e força de vontade de Diego Ribas
Mesmo abalado, Diego encontrou dentro de si a força para não se deixar levar pela amargura daquele episódio. Ele fez questão de frisar que, embora estivesse envergonhado com o comportamento de alguns torcedores, não deixaria que isso o definisse nem o afastasse de seus objetivos.
“Se formos parar para pensar, é um pouco bizarro, é uma vergonha. Eu também tenho vergonha disso sendo brasileiro, mas nunca será esse tipo de atitude que vai me parar. Quem vai dizer até onde eu vou ou não vou, sou eu. Então, pode protestar, pode levar caixão como fizeram algumas vezes, pode ameaçar me agredir. Se eu quero ficar aqui e eu acho que vou ser campeão, eu vou ser o cara que vou dizer até onde eu vou.”

Momento em que Diego é hostilizado pela torcida (Foto: Reprodução/Esporte Interativo)
Com essa declaração, Diego mostrou não apenas maturidade emocional, mas também personalidade e comprometimento. Ele entendeu que grandes conquistas exigem atravessar grandes tempestades. E ele não apenas sobreviveu, como saiu delas mais forte.
Um legado de vitórias e superação no Flamengo
Ao longo de seus sete anos defendendo o Flamengo, Diego Ribas construiu uma história repleta de glórias. Ele foi protagonista de uma era dourada no clube, com nada menos que 12 títulos levantados. Entre eles, o cobiçado bicampeonato da Libertadores, dois títulos do Brasileirão e uma Supercopa do Brasil.
Além dessas conquistas expressivas, o meia também venceu a Copa do Brasil, a Recopa Sul-Americana e foi tetracampeão carioca. A chegada de Diego ao clube em 2016 foi um marco importante no projeto de reconstrução rubro-negro, processo que havia começado com a contratação de Paolo Guerrero, em 2015.

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Hoje, olhando para trás, é impossível contar a história recente do Flamengo sem passar por Diego Ribas. Ele foi mais do que um jogador de talento. Foi um exemplo de resiliência diante da adversidade e uma figura que, mesmo nos momentos mais sombrios, escolheu lutar com dignidade.




