Semestre do Corinthians fecha no vermelho
O Corinthians atravessou o primeiro semestre de 2025 com sinais de alerta em sua saúde financeira. Entre janeiro e junho, o clube apresentou um rombo de R$ 60,2 milhões. O período foi marcado por turbulências políticas, com a saída antecipada do ex-presidente Augusto Melo e a confirmação de Osmar Stabile no comando, em agosto.
Despesas em alta pressionam o caixa
O relatório contábil revela que os gastos totais chegaram a R$ 424,8 milhões, valor bem acima dos R$ 329,3 milhões que haviam sido programados ainda pela antiga diretoria. O ponto mais crítico foram os custos ligados a salários, direitos de imagem, encargos e benefícios: R$ 298,6 milhões, número 36% maior que o previsto.
Do lado da arrecadação, o clube conseguiu atingir quase a meta estipulada. Foram R$ 380 milhões recebidos, contra R$ 381,2 milhões projetados. Esse equilíbrio garantiu um resultado operacional positivo de R$ 28,8 milhões, mas a forte pressão dos compromissos financeiros virou o quadro, transformando o superávit em déficit.
Dívida em patamar histórico
O passivo segue crescendo e preocupa cada vez mais os conselheiros. As dívidas administrativas e tributárias já alcançam R$ 1,948 bilhão. Quando se inclui o financiamento da Neo Química Arena, ainda com R$ 675,2 milhões pendentes, o valor total dispara para R$ 2,623 bilhões.
Para se ter ideia da escalada, no fim de 2023 a dívida estava em R$ 1,9 bilhão. No encerramento de 2024, havia saltado para R$ 2,5 bilhões. Agora, apenas meio ano depois, o Corinthians já registra novo recorde negativo.
A tendência preocupa, sobretudo pelo peso dos juros e das correções monetárias, que consomem parte significativa do orçamento. Esse fator tem sido determinante para anular os avanços pontuais nas receitas e dificultar qualquer planejamento de longo prazo.

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O desafio da atual gestão será encontrar alternativas para frear o crescimento do passivo sem comprometer ainda mais o desempenho esportivo. O equilíbrio entre competitividade em campo e responsabilidade financeira se mostra, hoje, a missão mais complexa da era Osmar Stabile.




