Corinthians em meio à crise financeira
O Corinthians vive um dos períodos mais delicados de sua história recente. Com as finanças estranguladas e sem recursos suficientes para arcar com os compromissos de novembro e dezembro, a diretoria analisa recorrer a um novo empréstimo estimado em cerca de R$ 100 milhões junto à Liga Forte União (LFU). A proposta foi discutida em reunião do Conselho de Orientação (Cori), realizada no fim de outubro, no Parque São Jorge.
Durante o encontro, o presidente Osmar Stábile admitiu aos conselheiros a gravidade da situação e revelou que o clube enfrenta sérias dificuldades para manter o fluxo de pagamentos até o fim do ano. O Timão, atualmente com uma dívida que ultrapassa R$ 2,7 bilhões, depende dessa operação para evitar atrasos salariais e outras pendências internas.
De acordo com o que foi debatido, a diretoria do time de Memphis Depay, calcula a necessidade de aproximadamente R$ 72,5 milhões ainda em 2025 e mais R$ 27,5 milhões para o início de 2026. A proposta envolve juros de CDI (14,9%) acrescido de 3% e o pagamento seria realizado em duas parcelas no futuro, utilizando valores que o Corinthians tem a receber da LFU em 2026. O conselho aprovou a medida por unanimidade, restando apenas o aval do Conselho Deliberativo.
Déficit e débitos internacionais
Mesmo com os repasses garantidos pela LFU, cerca de R$ 210 milhões anuais até 2029, o Corinthians continua pressionado por dívidas e pela má gestão orçamentária herdada. O clube já havia antecipado parte dessas receitas ao contrair um empréstimo de R$ 150 milhões quando firmou o acordo com a liga, o que limita a margem de manobra financeira para novos compromissos.
O cenário também impacta diretamente o planejamento esportivo. O Corinthians foi recentemente punido pela Fifa com um transfer ban, em razão da dívida de R$ 33 milhões com o Santos Laguna, do México, pela contratação do zagueiro Félix Torres. Somadas a outras pendências envolvendo negociações de atletas, as condenações da entidade podem chegar a R$ 120 milhões.
Para tentar aliviar o caixa, a diretoria trabalha na renegociação dos naming rights da Neo Química Arena, buscando um contrato que triplique o valor atual firmado com a Hypera Pharma, cerca de R$ 300 milhões até 2040. Apesar das medidas, o clube estima encerrar o exercício de 2025 com um déficit de aproximadamente R$ 83 milhões, confirmando o tamanho do desafio financeiro que se impõe no Parque São Jorge.
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Opinião do Antenados no Futebol
A situação financeira do Corinthians expõe de forma clara o resultado de anos de má gestão e decisões precipitadas. O clube, que já foi símbolo de grandeza e poder de investimento no futebol brasileiro, hoje se vê aprisionado por dívidas e dependente de antecipações e empréstimos para sobreviver. A tentativa de buscar novos recursos junto à LFU é apenas uma medida paliativa diante de um problema estrutural muito mais profundo. Falta ao Timão um projeto de reconstrução realista, com austeridade, transparência e planejamento.
