Pressão política no Parque São Jorge
O presidente Osmar Stabile vive dias de tensão no Corinthians. Desde que assumiu o cargo após o afastamento de Augusto Melo, o mandatário tem sido pressionado por conselheiros e grupos políticos a demitir o executivo de futebol, Fabinho Soldado. Apesar da pressão, Stabile decidiu mantê-lo no comando, apostando em estabilidade para atravessar o conturbado fim de temporada.
Fabinho dirige o departamento desde maio de 2024, quando Rubens Gomes, o Rubão, deixou o clube após divergências com a antiga presidência. Desde então, centralizou decisões estratégicas e financeiras, o que despertou críticas internas sobre seu alto salário e autonomia. Parte do Conselho defende a volta do cargo de diretor estatutário para equilibrar o poder dentro do futebol.
Stabile enfrenta críticas, mas mantém decisão
Mesmo com o desgaste político, Stabile reafirmou sua confiança no dirigente. “Fabinho está mantido. Quem manda é o presidente”, declarou a pessoas próximas. O presidente já realizou cortes em profissionais ligados à antiga gestão, mas Fabinho se tornou exceção. Isso faz com que, a cada revés ou crise no elenco, surjam novos pedidos por sua saída.
Os conselheiros insatisfeitos argumentam que o executivo deveria ter sido desligado logo após o impeachment de Augusto Melo, em agosto. Ainda assim, Stabile vê em Fabinho uma peça importante para manter o ambiente do futebol controlado e longe das disputas políticas.
Apoio do elenco fortalece o executivo
No CT Dr. Joaquim Grava, o cenário é oposto ao do Parque São Jorge. Fabinho é respeitado por atletas e comissão técnica, visto como profissional disciplinado e transparente. O capitão Hugo Souza fez questão de defendê-lo publicamente após a vitória sobre o Atlético-MG: “O Fabinho que cuida de todo o nosso ambiente no futebol, nos deixa bem à vontade para trabalhar. É um cara que a gente tem que respeitar muito, não só a torcida, mas o conselho, a diretoria, a presidência. O clube em si precisa respeitar o trabalho que o Fabinho faz aqui. Nós que estamos dentro do clube vemos o dia a dia.”
O goleiro também destacou o impacto positivo do dirigente: “Ele revolucionou o futebol dentro do clube. Independentemente do que as pessoas acham, ele ganhou o título (do Paulistão). O Corinthians não vencia há seis anos e nós ganhamos o título. Estamos em outra semifinal da Copa do Brasil, temos um time competitivo. Temos que enaltecer o trabalho dele e não criar situações para criticá-lo.”
Stabile tenta equilibrar elenco e política
A fala do capitão reforça o peso de Fabinho no vestiário. O executivo é visto como o principal elo entre elenco e diretoria, o que torna qualquer tentativa de demissão um risco de crise interna. Por isso, Stabile planeja adiar qualquer decisão sobre mudanças no futebol até o fim da Copa do Brasil, prevista para dezembro.

SP – SAO PAULO – 30/07/2025 – COPA DO BRASIL 2025, CORINTHIANS X PALMEIRAS – Osmar Stabile presidente do Corinthians durante partida contra o Palmeiras no estadio Arena Corinthians pelo campeonato Copa Do Brasil 2025. Foto: Ettore Chiereguini/AGIF
Mesmo sob fogo político, o presidente acredita que o apoio dos jogadores e a estabilidade no CT são fundamentais para o time reagir no Brasileirão. Fabinho, por sua vez, tenta se manter distante das disputas no Parque São Jorge e concentrar o foco nas metas esportivas.
Opinião da Redação Antenados no Futebol

Veja também
Carrillo revela conversar com Ramón e Emiliano Díaz ‘quase todos os dias’, mas nega proposta do Internacional
A escolha de Osmar Stabile de bancar Fabinho Soldado é mais estratégica do que emocional. Em meio ao caos político, o presidente sabe que trocar o comando do futebol agora significaria abrir uma crise com o elenco. Ao manter o executivo, Stabile protege o ambiente esportivo e adia um conflito inevitável nos bastidores. Se o Corinthians reagir em campo, essa decisão pode se tornar um trunfo político. Mas, se o rendimento cair, o presidente resistirá à próxima onda de pressão?




