Lance polêmico marca vitória do Flamengo no Maracanã
O Flamengo venceu o Racing por 1 a 0, na última quarta-feira (22), no Maracanã, pela ida da semifinal da Copa Libertadores, e garantiu vantagem para a partida decisiva na Argentina. Apesar disso, o duelo também ficou marcado por um lance polêmico no início do segundo tempo. O árbitro Jesús Valenzuela anulou um gol do time argentino ao marcar falta de Sosa em Jorge Carrascal, alegando uma cotovelada na nuca do colombiano durante a cobrança de escanteio.
A bola chegou a ultrapassar a linha do gol defendido por Rossi, mas o lance foi interrompido milésimos antes da conclusão. A decisão irritou os jogadores e a comissão técnica do Racing, que reclamaram bastante em campo. O VAR não interferiu na jogada, sustentando a marcação do árbitro venezuelano.
Ex-árbitros analisam o lance e se dividem sobre a decisão
O ex-árbitro Guilherme Ceretta criticou duramente a marcação. “Não foi nada. O árbitro, além de errar e dar a falta, apitou antes do lance ser concluído, impedindo o VAR de intervir e poder ajudá-lo. Errou a arbitragem, que está em momento crítico. É bom para que a gente não fale só da arbitragem brasileira. É um caos total na América do Sul.”, disse ao UOL.
Já Manoel Serapião teve opinião diferente, considerando a falta bem marcada. “Houve falta por uso indevido do braço no rosto do Carrascal. O Sosa impulsionou o braço quando deveria recolhê-lo. Houve ação imprudente. O árbitro acertou, embora o procedimento correto fosse esperar o lance ser concluído e marcar a falta só depois, pois o VAR checaria e haveria possibilidade de correção em caso de erro.”
O também ex-árbitro João Paulo Araújo discordou e avaliou que o gol do Racing deveria ter sido validado. “É um lance muito difícil porque isso acontece em toda bola alta. O Sosa coloca o braço no ombro do Carrascal e faz a alavanca, até por isso ele sobe mais alto. A única coisa diferente neste lance foi que o cotovelo dele foi mais à frente. Isso é coisa de jogador argentino, paraguaio, uruguaio… eles fazem muito isso. Para mim, não foi falta. O gol foi legal. Se os árbitros forem marcar este lance toda hora, em todas precisarão dar falta. Os jogadores estão acostumados a fazer essa alavanca com o braço, que para mim é falta, mas ninguém marca. Então, eu diria que o gol foi legal.”
VAR ausente e atuação de Carrascal voltam a ser destaque
Por fim, Alfredo Loebeling elogiou a atuação do VAR, apesar de reconhecer a falta. “Mais do que o acerto, porque existe a falta com o cotovelo do Sosa, me alegra o papel do VAR: ele não se meteu porque viu que o árbitro estava próximo e interpretou o lance, sem querer apitar o jogo. A falta existiu, mas o papel do VAR, ficando ausente, é o perfeito deste lance.”
Apesar da polêmica, o Flamengo conseguiu sair com a vantagem graças ao gol de Jorge Carrascal, o grande nome da partida. O meia colombiano, ex-River Plate, mostrou categoria e oportunismo ao completar para o gol após jogada de Bruno Henrique, garantindo a vitória rubro-negra por 1 a 0 no primeiro duelo da semifinal e sendo o grande destaque da partida.
Opinião da Redação Antenados no Futebol

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A divergência entre os ex-árbitros revela o quanto a interpretação segue sendo um dos pontos mais delicados da arbitragem sul-americana. O Flamengo foi beneficiado por uma leitura estrita da regra, mas o debate evidencia a ausência de padronização entre os árbitros e o uso ainda impreciso do VAR na Libertadores. A dúvida que fica é: A Conmebol conseguirá tornar suas decisões mais consistentes antes da final?




