Grêmio endurece tom sobre o Flamengo
O Flamengo passou a ser o centro das críticas feitas pela nova gestão do Grêmio sobre os rumos do Campeonato Brasileiro. Assim, o CEO gremista, Alex Leitão, afirmou que o clube carioca defende um modelo capaz de transformar a competição em algo semelhante à Bundesliga, o que, segundo ele, exige atenção e reação dos demais clubes.
Em sua análise, Leitão deixou claro o ponto central do debate: o Flamengo, segundo ele, deseja assumir um papel hegemônico no Brasileirão, repetindo o domínio exercido pelo Bayern de Munique no futebol alemão. Portanto, a crítica não se resume à ambição rubro-negra, mas à falta de reação dos demais clubes.
Na visão do executivo gremista, o problema maior está na condução política e comercial da Liga do Futebol Brasileiro (Libra), que acabou judicializada ao longo da temporada. Contudo, Leitão fez questão de destacar que a postura do Flamengo é legítima sob a ótica institucional, ainda que prejudicial ao equilíbrio esportivo.
“O presidente do Flamengo está fazendo o trabalho dele. Está olhando exclusivamente para o clube. O que ele quer é transformar o Brasileirão em uma Bundesliga, na qual o Flamengo seja o Bayern de Munique e ganhe nove de cada dez campeonatos”, afirmou.
Ainda segundo o CEO do Grêmio, o cenário só muda se os demais clubes atuarem de forma coletiva. Assim, ele reforçou que cabe às outras 19 equipes se organizarem politicamente para impedir uma concentração excessiva de receitas e poder esportivo. “Isso é legítimo. Agora, os outros 19 clubes precisam se juntar para que isso não aconteça. As diferenças têm que ser menores, e a distribuição de receitas precisa ser mais consciente”, completou.
Episódio judicial reforçou tensão
Além disso, Leitão relembrou o episódio envolvendo o bloqueio de valores dos direitos de transmissão da Libra. Em setembro, o Flamengo conseguiu o bloqueio de R$ 83 milhões, quantia posteriormente revertida, embora R$ 17 milhões tenham permanecido retidos por decisão judicial, o que ampliou o clima de tensão entre os clubes.
Outro ponto abordado foi o impacto comercial de uma eventual negociação individual de direitos. Segundo Leitão, um clube vender isoladamente 19 partidas tem menos força de mercado do que um bloco comercializando centenas de jogos em conjunto. “Um clube pode ir ao mercado vender 19 jogos. Mas 19 clubes juntos vendem 361 partidas. Isso, naturalmente, gera muito mais poder de barganha”, explicou.

O dirigente Alex Leitao fala aos jornalistas durante apresentacao em coletiva de imprensa realizada no Arena do Gremio. Foto: Maxi Franzoi/AGIF
Liga unificada como solução
Portanto, o dirigente deixou claro que seu objetivo é trabalhar pela unificação do futebol brasileiro em uma única liga forte. Para ele, o atual modelo fragmentado faz com que os clubes percam dinheiro e relevância internacional.

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Por fim, Leitão ainda citou sua trajetória no esporte norte-americano para embasar a proposta. Ele lembrou experiências em ligas consolidadas como a NFL e a MLS, que operam sob modelos de governança coletiva. “Existe dinheiro sendo perdido hoje. Ligas unificadas funcionam melhor. É esse o caminho que precisamos discutir para o futuro do futebol brasileiro”, concluiu.




