São Paulo x Palmeiras
O Palmeiras viveu uma tarde de contrastes no clássico contra o São Paulo neste domingo (5), no Morumbi. Depois de um primeiro tempo em que foi amplamente dominado e saiu perdendo por 2 a 0, o time de Abel Ferreira mostrou por que é uma das equipes mais resilientes do futebol brasileiro. Com mudanças cirúrgicas no intervalo e uma estratégia de pressão alta, o Verdão virou o jogo para 3 a 2, consolidando mais uma vitória de peso sob o comando do técnico português.
Abel, que parecia irritado à beira do campo durante os 45 minutos iniciais, mudou completamente o panorama do confronto com substituições ousadas e uma postura tática mais agressiva. A entrada de Maurício, Allan e Bruno Fuchs no intervalo deu nova energia ao time, que passou a ocupar o campo ofensivo e sufocar a saída de bola tricolor.
Mudanças que reacenderam o Palmeiras
As trocas deram resultado imediato. O Palmeiras passou a criar com mais frequência e se aproximou do gol, mesmo com o São Paulo tentando explorar contra-ataques com Luciano e Tapia. Foi a partir da reorganização do meio-campo, com Allan distribuindo passes rápidos e Maurício acelerando a transição, que o Verdão encontrou espaços antes inexistentes. A confiança voltou, e a reação começou a tomar forma.
O técnico também apostou em mais profundidade pelas laterais. Quando percebeu o desgaste de Piquerez, Abel colocou Jefté, e na frente trocou Felipe Anderson por Ramón Sosa, mudança que seria decisiva. A nova dinâmica abriu o jogo, e o Palmeiras finalmente transformou posse em perigo real.
Aos 25 minutos, Vitor Roque descontou de cabeça, reacendendo a chama palmeirense. Pouco depois, José López acertou um chute preciso de fora da área para empatar o duelo. O São Paulo, que até então controlava o ritmo, recuou demais e deixou Abel Ferreira com o cenário ideal para virar: espaço e confiança.
Nos acréscimos, a virada veio em jogada que sintetiza a estratégia de Abel Ferreira. Após cruzamento pela esquerda, Ramón Sosa apareceu livre e completou de cabeça: 3 a 2. O banco do Palmeiras explodiu, enquanto Abel, sempre intenso, vibrava como se ainda estivesse jogando. A reação foi a marca registrada de um time mentalmente forte, moldado à imagem do treinador.
Controle emocional e leitura afiada de Abel Ferreira
Mais do que mexer nas peças, Abel venceu no detalhe. Soube identificar o nervosismo do São Paulo após o empate e manteve o time ofensivo, mesmo correndo riscos. O cartão amarelo para Aníbal Moreno, nos minutos finais, simbolizou o espírito combativo que o técnico exige. Era o Palmeiras lutando até o último segundo, disposto a virar qualquer cenário adverso.

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Com a vitória, Abel Ferreira reforça sua fama de estrategista frio e de líder emocional. O resultado não apenas aproxima o Palmeiras das primeiras posições, como também reafirma a força de um elenco capaz de reagir em situações extremas. No Morumbi, o português mostrou mais uma vez que, sob sua batuta, o Verdão nunca está derrotado, apenas aguardando o momento certo de virar o jogo.




