Vasco esbarra nos próprios limites
O Vasco voltou a disputar uma final nacional após quase 15 anos, mas viu o sonho do título da Copa do Brasil ruir neste domingo (21), no Maracanã, diante do Corinthians. A derrota por 2 a 1 expôs virtudes e fragilidades do trabalho de Fernando Diniz, especialmente no aspecto estratégico, em um jogo que teve domínio territorial vascaíno em vários momentos, mas eficiência alvinegra nos lances decisivos.
A proposta de Diniz e o risco assumido
Desde o início, o Vasco manteve a identidade do treinador. Posse de bola, construção desde a defesa e laterais avançados foram marcas claras do plano de jogo. O time tentou empurrar o Corinthians para o próprio campo, acumulou escanteios e finalizações, mas encontrou dificuldades para transformar volume em gols. O problema esteve no equilíbrio: ao subir as linhas, o Vasco deixou espaços que foram explorados com precisão pelo adversário.
O gol de Yuri Alberto, ainda no primeiro tempo, nasceu justamente de uma defesa exposta. Mesmo após o empate, o cenário se repetiu na etapa final, quando o Corinthians acelerou em transição e chegou ao segundo gol com Memphis Depay. A leitura de jogo de Dorival Jr. contrastou com a insistência de Diniz em manter o desenho ofensivo, mesmo em um contexto de decisão.
Na reta final, Diniz lançou o time ao ataque com substituições ofensivas e colocou Vegetti em campo como referência aérea. O Vasco passou a rondar a área, criou chances claras e empilhou finalizações, mas parou na própria falta de pontaria e na organização defensiva corintiana. O nervosismo também ficou evidente à beira do campo, com o treinador demonstrando irritação constante com a arbitragem.
Apesar da pressão até os acréscimos, o gol de empate não veio. O apito final confirmou o vice-campeonato e deixou um sentimento ambíguo entre os vascaínos: orgulho pelo caminho até a decisão e frustração pela forma como o título escapou em casa.
Repercussão da torcida do Vasco após o vice
Nas arquibancadas e nas redes sociais, a reação da torcida foi dividida. Parte direcionou críticas duras ao elenco, enquanto outra defendeu o trabalho do treinador. Comentários como “deus amado esse time do vasco é horroroso diniz colocou esse catado numa final depois de quase 15 anos e ainda vão dar um jeito de botar a culpa nele” e “a verdade é que esse time do Vasco é nojento de horroroso mas o Diniz é o maior mestre em tirar leite de pedra no Brasil” resumiram o tom de muitos torcedores.
Houve também críticas mais técnicas ao modelo de jogo. “Diniz tem defeito crônico! NÃO SABE ARMAR SISTEMA DEFENSIVO, em todos os times leva 500 gols, e hoje não foi diferente, avança os 2 laterais e deixa os zagueiros expostos. Vasco jogou bonito e perdeu como sempre.” Já outros destacaram o duelo de treinadores. “Eu não sei dizer se foi o jogo mais fácil. Até porque verdade seja dita: hoje o Dorival engoliu o Diniz.”

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Fernando Diniz levou o Vasco além do que o elenco parecia permitir, mas a final escancarou limites conhecidos do seu modelo. A coragem ofensiva cobrou um preço alto em um jogo que não permite erros estruturais. O vice-campeonato não apaga a campanha, mas reforça que, para transformar competitividade em títulos, o Vasco precisará evoluir defensivamente e qualificar o elenco. A final mostrou mérito no caminho, porém deixou claro por que o Corinthians saiu campeão.




