Vasco Matos seguiu fiel ao seu projeto
Antes de bater o martelo por Renato Paiva, o Botafogo flertou com outra promessa do futebol português. Vasco Matos, comandante do Santa Clara, foi procurado pelo clube carioca e chegou a discutir detalhes de uma possível mudança para o Brasil. Jovem técnico em ascensão, ele optou por seguir com o trabalho que vem realizando na Ilha de São Miguel, mesmo com a proposta sedutora vinda de General Severiano.
Em entrevista ao jornal “A Bola”, Vasco abriu o coração sobre as conversas com o Glorioso e reconheceu o quanto foi difícil recusar. “Claro que não vou dizer que foi fácil. Foram ali duas ou três noites complicadas, com momentos com as pessoas responsáveis, mesmo com a minha comissão técnica, de muitas conversas, para percebermos qual era o melhor passo para nós. Não foi fácil, obviamente. A questão financeira envolvida, obviamente, mexe conosco… Não foi nada fácil, mas não estou nada arrependido, acho que foi o passo certo e fortalece o que eu tenho vindo a construir ao longo destes anos. Comecei de baixo e quando te aparece um convite do Botafogo é sinal de que estás a fazer muita coisa bem. E isso nos dá alento para o nosso futuro. E claro, quando o Botafogo aparece, é um motivo de orgulho”, afirmou.
Do anonimato ao topo da tabela
Com apenas 46 anos, Vasco Matos transformou o Santa Clara em uma das sensações da Primeira Liga portuguesa. Após tirar o clube da segunda divisão, ele conduziu a equipe a um surpreendente quinto lugar, conquistando uma vaga inédita na Liga Conferência da Uefa. A façanha atraiu olhares de vários mercados, inclusive o brasileiro.
Apesar do assédio, o treinador decidiu seguir fiel ao caminho que traçou. “Houve o interesse do Botafogo, reuniões e uma proposta. Após analisar todos os dados, achei por bem continuar no Santa Clara. Achei que não era o momento de sair e era importante finalizar a temporada e acabar o excelente trabalho que todos estávamos a realizar. Foi uma decisão pensada, um bocadinho também em função daquilo que tem sido a minha carreira. Quis sempre fazer um trajeto sustentado, muito equilibrado, sem queimar etapas, e achei que naquele momento não era o momento para eu dar esse passo para o Botafogo. Quero sustentar a minha carreira e quero continuar a crescer. E, acima de tudo, finalizar duas temporadas que têm sido excelentes. E em boa hora o fiz”, revelou.
Quase fechou com o Botafogo
As conversas ocorreram em fevereiro, no auge da temporada europeia, e a proposta do Botafogo não foi descartada de imediato. O clube brasileiro, inclusive, argumentou que a licença de treinador de Vasco Matos não seria aceita pela Conmebol em torneios internacionais, o que teria pesado contra a conclusão do acordo. Nos bastidores, porém, há quem acredite que o entrave financeiro falou mais alto.
Vasco, por sua vez, preferiu renovar com o Santa Clara até 2027, apostando no amadurecimento gradual de sua carreira. Em vez de correr atrás de holofotes imediatos, ele escolheu um caminho de construção sólida, com base nos valores que o trouxeram até aqui.
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Mesmo sem ter fechado com o Glorioso, Vasco Matos não escondeu a satisfação pelo interesse. A ligação com o Botafogo, ainda que breve, serviu como um indicativo do reconhecimento que seu trabalho vem ganhando no continente europeu.
