SAF no Corinthians?
A possibilidade de o Corinthians se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) tem sido um dos temas mais discutidos entre torcedores e dirigentes do clube. Apesar de ainda não ter adotado o modelo, o Timão enfrenta uma crise financeira profunda, com dívidas que ultrapassam os R$ 2 bilhões, o que aumenta o debate sobre alternativas de gestão.
Nos bastidores, a proposta começa a ganhar força. Segundo informações do portal UOL, o grupo responsável pela iniciativa da SAFiel, criada por torcedores com o objetivo de transformar o Corinthians em uma sociedade anônima do futebol, vem ampliando diálogos e alianças dentro do clube.
Ganhou forças
A ideia surgiu com o apoio de parte dos maiores doadores da vaquinha que vem ajudando o clube a quitar a Neo Química Arena, e tem sido estruturada desde o início de 2025. A primeira reunião do grupo ocorreu em fevereiro, com o propósito inicial de elaborar um projeto que auxiliasse o Corinthians de alguma forma. A princípio, cogitou-se a formação de uma chapa política, mas o grupo optou por outro caminho ao considerar as dificuldades burocráticas e o perfil associativo do clube.
Assim, nasceu a ideia de uma SAF formada por torcedores, com foco em profissionalizar a gestão e abrir espaço para investidores. O movimento vem crescendo. A SAF Fiel tem se aproximado de membros da atual diretoria, conselheiros e torcidas organizadas. Reuniões recentes envolveram o presidente do Corinthians, Osmar Stábile, e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr.
O projeto propõe uma gestão profissional, em que o Corinthians teria ações divididas entre dois grupos: torcedores e investidores institucionais, como fundos de investimento. A administração da SAF seria responsável por todas as áreas do futebol, masculino, feminino e categorias de base, enquanto os demais esportes permaneceriam sob o comando do clube associativo.
Modelo Bayern de Munique
Apenas torcedores comprovadamente ligados ao clube poderiam adquirir ações. A estrutura prevê a formação de quatro conselhos, administrativo, fiscal, cultural e de governança, compostos por torcedores acionistas. A inspiração vem do modelo de gestão do Bayern de Munique, clube que combina capital privado com forte participação associativa.
A proposta prevê um grupo de conselheiros independentes, eleitos pelos acionistas, que receberiam salários e atuariam na parte executiva. Paralelamente, haveria representantes do Parque São Jorge e das torcidas, com funções consultivas, mas sem poder direto nas decisões estratégicas. A mudança exige aprovação do Conselho Deliberativo e, em seguida, votação entre os associados do clube.
