Disputa pelo título
A briga pelo título do Brasileirão Série A vai ficando cada vez mais acirrada, principalmente entre Palmeiras e Flamengo. O Rubro-Negro, que vinha liderando a competição, acabou sendo derrotado pelo Bahia por 1 a 0, na 27ª rodada, na Fonte Nova, e viu o Verdão vencer o São Paulo por 3 a 2 de virada.
O resultado no clássico paulista foi cercado por polêmicas de arbitragem, o que gerou revolta entre torcedores e dirigentes flamenguistas. Um dos que se manifestaram foi José Boto, diretor de futebol do Flamengo, que sugeriu que o Palmeiras estaria sendo beneficiado em decisões recentes da arbitragem.
Denunciado no STJD
As declarações, no entanto, tiveram repercussão imediata e podem render consequências ao dirigente. A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) denunciou José Boto com base no artigo 243-F do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de ofensa à honra em razão de fatos relacionados ao esporte.
A pena prevista varia entre multa de R$ 100 a R$ 100 mil e suspensão de 15 a 90 dias. Segundo o documento apresentado pela Procuradoria, a fala do dirigente não apenas questionou a atuação da arbitragem, mas também colocou em dúvida a integridade do sistema do futebol brasileiro.
“Mais do que atingir o árbitro (Ramon Abatti Abel, que atuou em Flamengo x Cruzeiro e em São Paulo x Palmeiras), a manifestação teve o nítido propósito de lançar suspeição generalizada sobre o sistema de arbitragem e sobre todos os agentes que integram a estrutura do futebol brasileiro”, diz um trecho da denúncia.
O que disse José Boto?
Após a derrota do Flamengo para o Bahia, José Boto concedeu entrevista e voltou a criticar duramente a arbitragem brasileira, afirmando que há situações “vergonhosas” em partidas de outros clubes.
“Não falo do jogo de hoje, falo da percepção que eu tinha quando estava na Europa, que se falava muito da arbitragem brasileira e eu não estava dentro e não percebia muito bem o que era. Hoje consigo perceber. O que se passa nos outros jogos é vergonhoso. Tentamos falar com a CBF, mas segue igual. O que se passa nos outros jogos deixa suspeitas do que acontece por trás”, afirmou o dirigente português.
