“Costas é Racing”: o técnico que move o clube argentino
A poucos dias da semifinal da Copa Libertadores, o Flamengo busca informações estratégicas sobre o rival argentino e teve atualizações importantes de Nicolás Montalá, jornalista do Diario Olé e do portal Racing na Alma, que revelou ao Coluna do Fla detalhes sobre o estilo de jogo, os pontos fortes e fracos e a mentalidade do Racing de Gustavo Costas.
O jornalista destacou a importância e a ligação emocional do treinador com o clube de Avellaneda. “Costas é um ídolo, um símbolo de Racing. Este é o terceiro ciclo como técnico. Como jogador, foi campeão da Supercopa de 1988, ganhando a final do Cruzeiro. Ele é Racing mesmo, Costas é Racing. É o técnico mais fanático e apaixonado que tenha passado por Racing na história. Eu não conheço outro técnico, que além de ter essa paixão por essas cores, o transmita tanto, que não se reprima nada, que conte tudo, que o vive como um torcedor, como o que é, e é o coração de Racing”, contou Nicolás.
Para o jornalista, o treinador é a principal força do clube argentino. “É fundamental, Costas, para este crescimento de Racing a nível internacional. Fundamental, fundamental e é a grande esperança do Racing e está postada em Gustavo Costas. A figura da equipe é Maravilla Martínez, o goleador, um dos melhores goleadores do continente, um jogador com um olfato tremendo que não perdoa a cada vez que tem uma chance de gol, e é esse jogador que mais está postado”, destacou Montalá.
Pontos fortes e fracos: a mentalidade e as brechas do Racing
Ao analisar o estilo do Racing, Nicolás Montalá foi direto ao falar das virtudes e das vulnerabilidades da equipe. “O poder ofensivo, que tem com Maravilla Martínez, a agressividade que tem para jogar. É uma equipe muito física, com muita intensidade, com muita veemência para recuperar a bola. Principalmente o caráter, sua mentalidade ganhadora para partidas de Copa Sul-Americana ou Libertadores. Para torneios internacionais, é uma equipe muito forte mentalmente, com muita confiança, que não precisa gerar muitas chances de gol para marcar”, explicou.
“Isso como ponto forte, a mentalidade ganhadora que Costas colocou no Racing, vencedor da Sul-Americana de 24 e da Recopa de 25. Racing foi muito bem contra os rivais brasileiros, os eliminou todos, incluindo a Recopa (Botafogo), a final (da Sul-Americana) com o Cruzeiro, partidas de Sul-Americana, Athletico Paranaense, Corinthians, os eliminou todos. Isso também lhe dá muita confiança, desde o anímico”, completou o jornalista argentino.
Mas o Racing também apresenta fragilidades. “Como pontos fracos, nas últimas partidas têm oferecido muitas chances para os adversários, seus goleiros têm feito defesas importantes. Hoje, o titular é Facundo Cambeses, que vive grande momento, estreou recentemente com a Seleção Argentina contra Porto Rico. É um jogador chave, um dos jogadores que sustenta a equipe. No fundo (nas costas dos laterais), tem deixado espaços e vem de alguns problemas da metade do campo para trás quando é atacado. E isso tem complicado”, afirmou.
“Hoje, o maior problema é que vão chegar muitos jogadores sem ritmo. Vários jogadores machucados, sem ritmo de jogo, quase todos titulares. Racing terá que ter sorte para contar com Gabriel Rojas, que é dúvida. Mas já estão fora Franco Pardo e Elías Torres. Pardo é titular. Os outros titulares vão estar, mas com pouco ritmo de jogo. Às vezes, o Racing é um time que abusa muito do jogo vertical, faz lançamentos longos e perde muito a bola quando abusa desse estilo de jogo”, completou.
Esquema tático e histórico contra o Flamengo
O jornalista ainda explicou o funcionamento tático do time de Gustavo Costas. “O esquema favorito nos últimos tempos é 4-1-4-1. Pode jogar fazendo com a linha 3, 3-4-3, mas há um tempo vem sendo 4-1-4-1. Com o Santiago Sosa diante da linha dos defensores. Por momentos, saindo para entrar entre os zagueiros e faz o primeiro passe. Com muitos jogos pelas laterais, é a chave da equipe. O jogo com o Gabriel Rojas à esquerda e com o Facundo Mura ou com a Martirena no seu momento à direita. E a presença de Maravilla Martínez como referência”, detalhou.
“Seja com Mura, Martirena ou com Solari. Por direita e por esquerda, chegando muito à posição de gol. Esse é o sistema de jogo que tem o Racing com essa particularidade, que ataca muito pelas bandas e em um 4-1, 4-1 ultimamente. É um time muito vertical, muito direto, que não precisa de muita posse para fazer dano. Ataca muito ao espaço, muito rápido”, concluiu Montalá.
No retrospecto histórico entre os clubes, Flamengo e Racing já se enfrentaram seis vezes em competições oficiais, com uma vitória para os argentinos, quatro empates e um triunfo rubro-negro. No Maracanã, o Fla venceu uma e empatou duas, enquanto em Avellaneda o Racing mantém um triunfo e dois empates. A última derrota rubro-negra ocorreu em novembro de 1992, por 1 a 0.