A diretoria de futebol do Santos estabeleceu uma diretriz de austeridade e responsabilidade fiscal para a montagem do elenco da próxima temporada. Em entrevista ao portal GE, o diretor Alexandre Mattos afirmou que o clube não pretende competir financeiramente com as equipes de maior poder aquisitivo do país, focando na recuperação de atletas que já integram o plantel. De acordo com o dirigente, o Alvinegro não tem condições, no momento, de renovar o elenco todo e bater de frente com as potências financeiras.
Equilíbrio nas contas
O dirigente pontuou que o equilíbrio nas contas é a prioridade para evitar o crescimento de dívidas a longo prazo. “O Santos tem que estar equilibrado. E o que é o equilíbrio? Fazer o que pode ser feito. Se o Santos der um passo maior que a perna… o Santos vai criar mais problemas, vai ser uma bola de neve. Então, muita calma, muita calma”, revelou.
A estratégia adotada visa um crescimento gradual, evitando investimentos que possam ser classificados como desproporcionais à realidade atual do Peixe. O diretor reforçou que não adotará medidas consideradas irresponsáveis para buscar títulos imediatos: “Não podemos e não vamos fazer. Porque se fizer isso… de maneira impossível, até irresponsável, vou sair contratando aqui, vou tentar ganhar um título, e depois eu tiro, a torcida paga o título, não”.
Investimentos de maior quantidade, como a proposta de R$ 30 milhões realizada por Felipe Loyola, serão tratados como exceções no planejamento de 2026. Tais operações só devem ocorrer diante de oportunidades de mercado específicas e desde que existam garantias financeiras sólidas para o cumprimento das obrigações contratuais, sem colocar em risco a saúde econômica da instituição.
Possível vinda de Gabigol
Sobre a possível contratação de Gabriel Barbosa, o diretor indicou que a operação é complexa e depende de um contexto favorável de viabilidade. Mattos explicou que o clube não alimentará expectativas sobre atletas cujos custos ultrapassem as possibilidades vigentes: “Para vir para cá, precisa caber no bolso. Nós não vamos sonhar com coisas que a gente não pode ter. Estou deixando claro, de maneira didática, que não é simples contratar esse tipo de jogador”.
Para que qualquer negociação de grande porte avance, o dirigente destacou que é necessário um alinhamento entre todas as partes envolvidas: “Tem que ter um contexto, ter um negócio, ter um clube querendo, o jogador querer ir”, detalhou o diretor de futebol, mantendo o tom de prudência.
O planejamento para 2026 será executado com foco em resultados sustentáveis, priorizando a estabilidade administrativa sobre o volume de novas aquisições. A postura marca uma mudança de perfil na gestão de futebol, que passa a valorizar a manutenção e o desenvolvimento dos jogadores que já estão no CT Rei Pelé, condicionando reforços pontuais à realidade financeira do clube.
