Orçamento do Internacional para 2026

O Internacional vive um dos momentos mais delicados de sua gestão financeira. Nos últimos anos, o acúmulo de dívidas, que já ultrapassam a marca de R$ 800 milhões, comprometeu diretamente a capacidade do clube competir em igualdade no mercado, tanto na contratação de jogadores quanto na formação de equipes técnicas mais robustas.

Além disso, o desempenho dentro das quatro linhas também ficou aquém das expectativas. A combinação entre limitações financeiras e campanhas irregulares aumentou a cobrança interna e externa, fazendo com que decisões administrativas passassem a ter peso estratégico ainda maior no planejamento do clube.

Diante desse contexto, o Conselho Deliberativo do Internacional se reuniu na noite da última segunda-feira e tomou uma decisão considerada crucial para o futuro imediato do clube. Após horas de debate, os conselheiros aprovaram o plano orçamentário para a próxima temporada, mesmo diante de um cenário de forte divisão interna.

Votação apertada expõe divergências

Ao todo, 223 conselheiros participaram da votação. Desses, 114 se posicionaram favoravelmente à aprovação do orçamento, enquanto 97 votaram contra. Contudo, apesar da margem reduzida, a maioria simples foi suficiente para validar o documento, evidenciando o clima de tensão e divergência dentro do próprio Conselho.

Com o orçamento aprovado, o Internacional passou a trabalhar com uma projeção de receita bruta total de R$ 709 milhões ao longo da temporada. Portanto, o planejamento financeiro parte de metas consideradas agressivas, especialmente em um contexto de contenção de gastos e necessidade urgente de reequilíbrio das contas.

Uma parcela significativa desse montante, entretanto, depende diretamente da negociação de jogadores. O clube estima arrecadar ao menos R$ 204 milhões com vendas de atletas em 2026. Assim, o cenário indica uma reformulação profunda do elenco, com saídas relevantes previstas ao longo do ano.

Jogadores do Internacional comemoram vitoria ao final da partida contra o Bragantino no estadio Beira-Rio pelo campeonato Brasileiro A 2025. Foto: Luiz Erbes/AGIF

Investimentos serão controlados

Por outro lado, os gastos com reforços devem seguir um caminho oposto. O orçamento prevê investimentos modestos em contratações, justamente como parte da estratégia para reduzir o endividamento acumulado. Dessa forma, o foco será priorizar equilíbrio financeiro, mesmo que isso limite ambições esportivas imediatas.

Para se ter uma dimensão das limitações, o Internacional projetou gastar apenas 8 milhões de euros, cerca de R$ 51,3 milhões, em reforços durante toda a temporada. Conforme revelou o jornal Correio do Povo, o valor pedido pelo Racing para liberar Johan Carbonero gira em torno de 4 milhões de euros, o que consumiria metade de todo o orçamento anual destinado a contratações em apenas uma negociação.