Crise interna no Flamengo?

Apesar dos bons resultados em campo nesta temporada, o Flamengo vive um momento de tensão nos bastidores. Recentemente, o clube esteve muito próximo de anunciar o atacante Mikey Johnston, que defende o West Bromwich, da Inglaterra.

No entanto, a negociação foi encerrada antes da assinatura do contrato por decisão da cúpula rubro-negra. A reviravolta gerou desconforto interno e rumores sobre um desentendimento entre a diretoria e o diretor de futebol, José Boto, responsável direto pelas tratativas com o jogador.

Explicou a situação

A situação alimentou especulações sobre uma possível saída do dirigente português, além de apontar para uma crise no relacionamento entre Boto e o presidente Luiz Eduardo Baptista. No entanto, em entrevista ao GE, o mandatário do Flamengo minimizou os rumores e negou qualquer racha nos bastidores. Segundo ele, a relação com Boto é positiva, e sua atuação nas decisões do clube é natural e necessária.

“Alguém tem que chegar no final das contas e tomar a decisão. ‘Ah, o presidente interfere’. É claro que o presidente interfere, mas é colocado de uma forma… Interferência seria se eu chegasse e dissesse para o scout: ‘Não avalia o Dani, não. Olha esse garoto aqui, o João Guilherme, que é muito melhor’. Quem sou eu para dizer para um cara de scout que o jogador A é melhor que o B? Não é o meu papel”, explicou BAP.

BAP, presidente do Flamengo (Reprodução/Flamengo TV)

Bastidores de contratações

O presidente também exemplificou como funciona a análise técnica dentro do clube, citando um caso recente em que a equipe de scout alertou sobre limitações táticas de um zagueiro da seleção brasileira, apesar de sua qualidade individual.

“Tem um caso de um zagueiro que a gente avaliou no início do ano, de seleção brasileira. E o pessoal do scout estava todo animadíssimo, inclusive eu, mas o scout falou: ‘Zagueiro lento, só vai jogar em time que joga com linha baixa. O Flamengo joga linha alta, vai ser um desespero porque ele não é veloz, não vai ter como se recuperar’”, disse.

“E aí ele mostra cinco ou seis vídeos dessa situação que ele está dizendo, que ele enfrentou no time dele e que são a realidade da linha do Flamengo. Você fala: ‘Pelo amor de Deus, não vai aguentar, vai ser bola nas costas do cara o tempo inteiro’. Significa dizer que ele é mau jogador? Não, só não é adequado para o tipo de jogo do Flamengo”, detalhou.