Gerson de saída
O Flamengo segue com foco total na disputa da Copa do Mundo de Clubes e se prepara para as oitavas de final da competição. No entanto, fora de campo, o clube ainda lida com assuntos relacionados ao mercado da bola, e um dos temas que mais geram debate é o futuro do meio-campista Gerson.
O jogador está na mira do Zenit, da Rússia, que está disposto a pagar a multa rescisória de 25 milhões de euros (cerca de R$ 160 milhões na cotação atual) para tirá-lo do Rubro-Negro. O valor considerado baixo por torcedores gerou questionamentos sobre a política adotada pelo clube na definição de cláusulas contratuais.
Explicou as multas
Além de Gerson, o lateral-direito Guillermo Varela também possui uma multa acessível após a renovação. Em entrevista ao Globo Esporte, o diretor de futebol do Flamengo, José Boto, explicou os critérios adotados pela diretoria ao definir esses valores e revelou que a intenção é evitar o assédio constante de outras equipes a cada janela de transferência.
“Não sei se as pessoas percebem ou não, mas vou tentar explicar. O que nós não queremos com alguns jogadores é, em cada janela que venha, se tente abrir uma negociação. É óbvio que se você mete uma multa de 200 milhões de euros, estás a dizer: ‘Vamos abrir uma negociação’. Quando chegamos a um acordo com a outra parte, de que há um valor que considera justo para uma multa rescisória, isso não abre espaço para negociações”, disse Boto.
“O que passou nesse caso com o Gerson, quando chegaram queriam abrir uma negociação e eu disse que não. Existe uma multa, nós não estamos interessados em vender o jogador. Se quiserem, paguem. Quando coloca uma multa que não é razoável, isso abre espaço para negociação. ‘Ah, tenho uma oferta de 25 milhões, mas a multa é de 200 milhões’ (risos). Tem que abrir espaço para negociar, pelo menos tem que ouvir”, completou.
Evita saídas?
Ainda assim, José Boto reforça que o Flamengo evita negociações frequentes em cada janela e busca se proteger de assédios de clubes do exterior. Segundo o dirigente, a multa definida evita essas abordagens e garante ao clube um mecanismo de proteção que, caso acionado, garante o recebimento imediato dos valores.
“É isso um pouco que não queremos com alguns jogadores, é que a cada janela que passe, são duas por ano, mas esse ano são três, venham querer negociar a saída. Há uma multa, que foi de comum acordo. Então não há conversa. Outro benefício da multa também é que hoje em dia ninguém paga jogador à vista. E aquilo é dinheiro à vista”, finalizou.