Saída inesperada do DM do Corinthians
Nesta sexta (17), o Corinthians confirmou a saída do chefe de seu departamento médico, André Jorge. Dessa forma, a decisão pegou muitos de surpresa, considerando o histórico de conquistas e reconhecimento do profissional dentro do clube. Segundo o próprio médico, a decisão foi motivada por conflitos internos, influências políticas e falta de apoio da presidência. Essa movimentação marca um momento delicado no CT Joaquim Grava, onde tensões administrativas vêm crescendo nos últimos meses.
Assim, em entrevista exclusiva ao ge, André Jorge não poupou palavras ao comentar sobre a gestão de Osmar Stabile: “O Osmar não sabe absolutamente nada de futebol“, disse. Ele ainda enfatizou que a falta de conhecimento da presidência afeta diretamente decisões estratégicas dentro do clube, desde contratações até o suporte aos departamentos técnicos. Dessa forma, o profissional revela que sua saída não se deu por desfalques ou questões esportivas, mas por uma série de conflitos administrativos.
Além disso, André Jorge destacou a indefinição de seu contrato como um fator determinante para sua saída. Ele relata que tentou dialogar diversas vezes com a presidência para garantir a renovação, mas recebeu respostas evasivas.
“Disseram que o clube estava com dificuldades financeiras. Dei um ultimato“, revelou. O médico ainda acrescentou que se sentiu minado dentro do departamento, situação que, segundo ele, impossibilitou a continuidade de seu trabalho de forma eficaz e tranquila.
Apoio de executivos e resistência
Apesar do clima de tensão com a presidência, André Jorge afirmou ter recebido apoio de Fabinho Soldado, executivo de futebol do clube. “Liguei hoje para o Fabinho e expliquei meus motivos. Depois, o Osmar me ligou dizendo que ia tentar me segurar, mas é conversa fiada”, contou. Ele destacou que, mesmo com tentativas de negociação, a falta de diálogo efetivo e o desinteresse da presidência tornaram inevitável a sua saída.
O ex-médico relatou que a interferência política no CT Joaquim Grava sempre foi um obstáculo. Para ele, essas pressões externas dificultam tomadas de decisão técnicas e impactam diretamente a performance do departamento médico.
Desabafo final
“Trabalhar no Corinthians com apoio já é difícil, agora sem apoio é impossível”, lamentou. André Jorge ainda ressaltou que, em diversos momentos, tentou alertar a presidência sobre os riscos dessa influência política, mas sem sucesso.
Por fim, mesmo diante do cenário complicado, André Jorge não deixou de elogiar sua equipe, destacando o trabalho de Reverson e Bruno, que segundo ele, garantem a recuperação rápida dos atletas.
“O Corinthians é o clube que mais rápido recupera jogadores no Brasil. Reverson e Bruno fazem um trabalho incrível”, afirmou. Por fim, ele acrescentou que os investimentos em equipamentos de ponta, muitos deles em permuta, elevaram a qualidade do departamento a níveis antes inexistentes no clube.
