Situação financeira crítica
O Corinthians, dentro de campo, vem tentando retomar o bom futebol na temporada. Porém, fora das quatro linhas, a situação econômica do clube continua sendo motivo de grande preocupação para os torcedores. O Timão acumula dívidas que ultrapassam a casa dos bilhões e enfrenta forte crise administrativa.
Nesta sexta-feira (16) o presidente do clube, Augusto Melo, convocou uma entrevista coletiva. Em sua fala, o mandatário rebateu críticas e se isentou da responsabilidade sobre o passivo financeiro apontado pelos órgãos fiscalizadores.
Augusto Melo rebate
Segundo o presidente, parte da dívida que consta no exercício de 2024, estimada em R$ 829 milhões, se refere a contingências de gestões passadas. De acordo com relatório interno, R$ 191 milhões deveriam ter sido lançados nas contas do ano anterior, o que gerou divergências na leitura entre o Conselho Fiscal e a diretoria.
“As contas estão aí, coloquei minhas contas na Justiça através da RCE. Hoje, tudo o que se paga e o que se deve, está na Justiça. Hoje, os nossos credores sorriem e agradecem porque sabem que vão receber. As pessoas usam isso com maldade, mancham a imagem do Corinthians. Eu não vou assumir essa conta, essa dívida não é minha. Se teve erro, que paguem pelo erro”, iniciou.
“Não é meu, não vou assumir. O meu trabalho foi trazer receitas, equilibrar as finanças. Arrecadamos R$ 1 bi. Vamos nos igualar ao outro clube, chegar a R$ 1,3 bi. Estamos trabalhando para colocar o Corinthians no maior patamar do futebol brasileiro. O clube é a maior audiência do país, estou lutando por isso. Não vou aceitar essa dívida, jogaram na imprensa uma dívida monstruosa. Contratei o Messi e o Cristiano Ronaldo e não estou sabendo?”, disparou.
Detalhes da situação financeira
A dívida citada por Augusto Melo é referente ao passivo contábil de R$ 829 milhões registrado no exercício de 2024, de acordo com os dados analisados pelos órgãos internos do clube. Tanto o CORI (Conselho de Orientação) quanto o Conselho Fiscal reprovaram as contas ao identificarem uma dívida de R$ 181,7 milhões.
A diretoria, por sua vez, argumenta que parte desse valor (cerca de R$ 91 milhões) é herdada da gestão anterior de Duílio Monteiro Alves. O tema também gerou a reabertura das contas auditadas no ano passado, que ainda não teve desfecho interno. Apesar disso, a gestão atual afirma ter encerrado 2024 com superávit de R$ 9 milhões, e, em janeiro deste ano, o saldo teria sido positivo em R$ 12 milhões, embora o CORI questione a validade do documento por não ter sido auditado.
