Fluminense impõe domínio e encerra sonho do Bahia

No Maracanã, o Fluminense mostrou sua força e não deu chances ao Bahia. Com atuação firme do início ao fim, o time carioca venceu por 2 a 0 e garantiu a classificação para a semifinal da Copa do Brasil. Os gols saíram apenas na segunda etapa, com Canobbio e Thiago Silva selando a superioridade tricolor.

O Bahia, por sua vez, manteve um incômodo tabu: ainda não conseguiu alcançar as semifinais da competição nacional. A equipe baiana pouco produziu, sofreu para criar lances de perigo e terminou a noite eliminada sem oferecer grande resistência.

Ceni cobra postura da equipe

Na coletiva, Rogério Ceni não escondeu a frustração com o desempenho. Para ele, o problema foi muito além da eliminação. “Acho que nem com as trocas. Não jogamos absolutamente nada. Tivemos pouca coragem para jogar. Acho até que nos defendemos bem em linha baixa na maior parte do jogo, mas com a bola fomos nulos. O que esse time tem de bom é aproximação e jogo construído, e não nos aproximamos, não jogamos. Não tenho nem o que reclamar, o que reivindicar aqui, de pênalti, de nada. Não jogamos absolutamente nada, não colocamos em prática o que treinamos durante a semana”, desabafou.

O treinador lembrou que teve tempo para preparar sua equipe, já que poupou titulares nas finais da Copa do Nordeste. Mesmo assim, o que foi planejado não apareceu em campo. “Não consigo explicar. Trabalhamos durante toda a semana as possibilidades para o jogo. Claro que tem o mérito do Fluminense, mas não produzimos nada. Lutamos pouco, não tivemos nem competitividades, que é o mínimo que se espera em uma competição de mata-mata. Perder é parte do jogo, mas hoje nos faltou bastante. Não tenho como explicar essa mudança tão drástica dentro de campo. Não é isso que a gente prega. Ganhar ou perder faz parte, mas jogamos muito pouco. Repito, até a defesa, em linha baixa, conseguimos sustentar bem no primeiro tempo. Mas não tivemos contra-ataques, não combinamos passes.”

Clima pesado após eliminação

A sinceridade do técnico refletiu o ambiente do vestiário após a queda. Ceni revelou a tensão vivida depois do apito final e não escondeu a decepção com seus comandados. “Uma bosta, uma merda… Não falei nada com ninguém. Não me reuni ainda com os jogadores”.

Agora, sem a Copa do Brasil no calendário, o Bahia precisa rapidamente mudar a chave. O foco passa a ser o Campeonato Brasileiro, onde a equipe aparece entre os quatro primeiros colocados. A próxima batalha será contra o Cruzeiro, em Salvador, jogo que ganha ainda mais importância diante da necessidade de dar resposta imediata ao torcedor.

A eliminação no Maracanã deixou marcas, mas também abriu espaço para reflexão. O desafio de Rogério Ceni será recuperar a confiança de um elenco que, apesar de boas campanhas recentes, deixou escapar mais uma chance de fazer história no torneio nacional.