Internacional x Fluminense

Internacional e Fluminense estiveram frente à frente em mais um jogo eliminatório. Nesta quarta (30), os dois se enfrentaram no Beira Rio pela partida de ida das oitavas de final da Copa Betano do Brasil.

Com isso, Internacional e Fluminense protagonizaram um duelo movimentado na noite fria de Porto Alegre, com o Tricolor carioca saindo vencedor por 2 a 1. Sob o comando de Roger Machado, o Colorado mostrou iniciativa e buscou controlar a posse de bola, especialmente com jogadas pelas pontas. Ainda assim, esbarrou em erros defensivos e numa estratégia mais vertical e eficiente dos visitantes.

Estratégia de Roger Machado

A ideia de Roger ficou evidente desde os minutos iniciais: manter a posse, articular com Alan Patrick e explorar a velocidade de Wesley e Carbonero. Por alguns momentos, a proposta surtiu efeito, especialmente na primeira etapa. O gol de empate, aos 35 minutos, nasceu justamente de uma construção rápida iniciada por Vitão e finalizada por Carbonero, mostrando o que o Inter pode produzir quando há fluidez entre meio e ataque.

Entretanto, o maior problema do Internacional esteve no setor defensivo. A linha de zaga demonstrou desatenção e lentidão em diversos lances, algo que foi fatal. O primeiro gol do Fluminense saiu após um erro de Thiago Maia, que recuou mal a bola e permitiu que Kevin Serna quase marcasse, a bola bateu na trave, mas, na sequência, Everaldo aproveitou o rebote e abriu o placar. O segundo gol, ainda no primeiro tempo, veio novamente por falhas na marcação e excesso de espaço cedido a Serna, que encontrou Everaldo na área para finalizar de primeira.

Números da partida

Mesmo com maior volume de jogo, o Colorado mostrou dificuldades para transformar posse em chances claras. Foram 15 finalizações ao longo da partida, sendo apenas seis no alvo. Borré teve atuação apagada, apesar de tentar de fora da área e buscar cabeceios em jogadas aéreas. Alan Patrick até buscou protagonismo, mas foi bem marcado e cometeu erros técnicos incomuns. O excesso de cruzamentos (13 ao todo) e os cinco escanteios não surtiram o efeito desejado.

Na etapa complementar, Roger tentou ajustar o time com mudanças pontuais, como a entrada de Vitinho e Ronaldo. No entanto, a equipe continuou previsível. O Fluminense, por outro lado, teve o mérito de aproveitar os espaços e controlar o ritmo do jogo quando necessário. Serna, grande destaque da noite, foi incisivo pela direita e impôs sérios problemas a Bernabéi e Mercado.

Os números ajudam a ilustrar o retrato da partida: o Inter teve mais posse (58%), mas finalizou menos que o Flu no primeiro tempo, justamente o período mais decisivo do jogo. Além disso, a equipe gaúcha cometeu 14 faltas e recebeu quatro cartões amarelos, evidenciando certa desorganização tática e descontrole emocional diante da eficiência do adversário.

O resultado deixa uma reflexão para Roger Machado. Apesar de ter ideias ofensivas bem delineadas, o time ainda sofre na recomposição e apresenta fragilidade em bolas rápidas e transições, que têm sido letais contra o Inter. O desafio, agora, será corrigir os problemas defensivos sem abrir mão da proposta ofensiva, algo que parece ser o pilar da filosofia do treinador nesta nova passagem pelo Beira-Rio.