Sobre o encontro dos técnicos
O duelo entre Cruzeiro e Atlético-MG, válido pela volta das quartas de final da Copa do Brasil, traz uma particularidade histórica: pela oitava vez, ambas as equipes serão comandadas por técnicos estrangeiros. Do lado celeste, o português Leonardo Jardim; do lado alvinegro, o argentino Jorge Sampaoli, que faz sua reestreia no Galo.
Essa combinação vem se repetindo com mais frequência nos últimos anos, mas já havia acontecido em clássicos em 1950, o que mostra tanto uma tradição curiosa quanto a atual tendência do futebol brasileiro apostar em técnicos vindos do exterior.
A estreia de Sampaoli acontece em grande estilo: um confronto eliminatório decisivo, no Mineirão, contra o rival de peso. A data também marca um embate de estilos de jogo, influenciados pelas experiências internacionais de seus respectivos treinadores.
Como essa dupla influencia o clássico
O embate entre Jardim e Sampaoli é sobre pensamento tático e internacionalização. Jardim traz seu histórico europeu, vindo de clubes como Monaco e Sporting. Já Sampaoli tem construção em seleções e clubes como o futebol argentino, Sevilla e Marseille.
Enquanto Cruzeiro tenta manter uma base sólida e controlar o jogo com organização, o Atlético deve pressionar com intensidade, mais verticalidade e rotação rápida no ataque, bem característica de Sampaoli.
No Mineirão, o fator emocional entra como combustível extra. Jogar no estádio cheio com a torcida e frente ao maior rival adiciona pressão adicional, tanto no campo quanto na beira, onde a tensão para os técnicos será intensa.
Essa condição de dupla estrangeira reforça a reflexão sobre o futebol brasileiro contemporâneo: cada vez mais aberto ao estilo e técnicas importadas, e proporcionalmente mais exigente com resultados e identidade de jogo.
