Presidente do Vitória chama Botafogo de “caloteiro”
O Vitória voltou a ser protagonista de uma polêmica nos bastidores do futebol brasileiro. Após o empate sem gols com o Botafogo neste domingo (9), no Barradão, o presidente Fábio Mota elevou o tom ao comentar a situação do zagueiro Lucas Halter, emprestado pelo clube carioca. O dirigente afirmou que o Rubro-Negro pode não pagar a multa de R$ 1 milhão por tê-lo escalado e criticou duramente o Alvinegro.
Em entrevista ao portal BNews, Fábio Mota disparou contra o Botafogo, relembrando antigas dívidas entre os clubes e alegando que o Vitória tem crédito a receber. “Um time que é caloteiro, que deve o Vitória há 15 anos, não tem moral para cobrar nada, entendeu? Estou me referindo à dívida de Elkeson, que está na Justiça, que a gente briga há 20 anos para receber e não consegue receber. Outra coisa: nós não descumprimos o contrato. O contrato diz que em 72 horas o Vitória deposita o valor da multa. O Vitória tem o dinheiro para depositar a multa, agora vai caber ao meu departamento jurídico e à nossa análise se a gente deposita ou se a gente vai tentar fazer um acordo com eles para abater da dívida que eles devem ao Vitória. Agora é uma briga jurídica e vida que segue. O importante foi o Halter ter jogado, na minha opinião ele foi o melhor jogador em campo. Acho que o Vitória fez o que tinha que ser feito”, declarou o presidente.
O dirigente ainda recordou que o clube baiano deve cerca de R$ 4 milhões ao Botafogo, referentes a negociações envolvendo Janderson e o próprio Halter. Mesmo assim, ele sustenta que o Alvinegro também está em débito, o que justificaria a discussão sobre o abatimento dos valores.
Compra de Halter e disputa contratual
Fábio Mota confirmou que Lucas Halter atingiu as metas previstas em contrato que obrigam o Vitória a adquirir o zagueiro em definitivo. No entanto, ressaltou que o negócio está condicionado à permanência do clube na Série A. “O contrato do Vitória com o Botafogo diz que, se o Vitória permanecer na Série A, e se o Halter cumprir o que ele já cumpriu, o Vitória tem a obrigação de comprá-lo em quatro parcelas a partir de abril. Essa foi a grande discussão. O Botafogo queria que a gente pagasse a multa e não queria abater isso aí da parcela que a gente já tem que pagar do abril. Então, se você parar para analisar à luz do contrato, o jogador já é do Vitória. Só tem que agora efetivar. Nós vamos mandar um ofício para o Botafogo exercendo, são dois anos para pagar, a partir de abril do próximo ano, dezembro, abril do outro e dezembro do outro ano”, completou Mota.
O embate entre os clubes, que começou por uma questão contratual, acabou tomando contornos de disputa política e jurídica. Enquanto o Vitória defende que agiu dentro do prazo estabelecido, o Botafogo entende que houve descumprimento e pretende cobrar a multa integralmente.
Velha dívida e novos impasses
O caso também reavivou um tema antigo: a dívida envolvendo a venda de Elkeson, em 2011. Segundo Fábio Mota, o Botafogo ainda deve cerca de R$ 12 milhões ao Vitória. O clube carioca, por outro lado, afirma que esse valor está incluído em seu processo de recuperação extrajudicial, o que impede a cobrança direta.
Com o clima de tensão nos bastidores, o episódio promete se arrastar nos tribunais. Enquanto o departamento jurídico analisa as medidas cabíveis, o presidente rubro-negro mantém o discurso firme de que o Vitória não vai recuar na disputa.

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