Corinthians passa por momento conturbado
De acordo com informações apuradas pelo GE, o Corinthians identificou irregularidades na gestão dos materiais esportivos fornecidos pela Nike, a retirada de itens excedeu em quase 300% a cota anual prevista em contrato, tudo foi exposto em uma auditoria realizada pelo Clube.
Inclusive, as categorias de base e de outros esportes utilizaram uniformes em condições precárias ou sequer os receberam. Conforme divulgado pelo GE, sete ocorrências consideradas graves foram identificadas no relatório do Timão.
- Acúmulo de materiais esportivos de coleções anteriores, armazenados por longos períodos sem destinação definida;
- Parte dos uniformes enviados pela Nike não é devidamente distribuída aos departamentos e modalidades esportivas do clube;
- Ausência de inventário físico formal no almoxarifado do Parque São Jorge há mais de quatro anos;
- Notas fiscais de recebimento não lançadas no sistema, ocasionando inconsistências contábeis e exposição a riscos fiscais;
- Distribuição desigual de uniformes entre diretores, funcionários e atletas, aliada à falta de planejamento nos pedidos à Nike;
- Retirada de materiais antes da conclusão do fluxo completo de aprovações, contrariando o controle interno previsto e enfraquecendo o processo de governança;
- Retirada de materiais por solicitantes incorretos, o que fragiliza o controle de responsabilidade e dificulta a rastreabilidade de consumo por área ou modalidade.
Posicionamento oficial do time paulista
Em contato com a fonte citada acima, o vice-presidente do Clube, Armando Mendonça, afirmou que não é responsável pelas diretrizes de distribuição dos materiais da Nike, a diretoria do Alvinegro Paulista não se manifestou.
Em 2025, até o dia 10 de outubro, o Timão obteve 41.963 itens da Nike em 2025, 24% a mais do que em 2024, onde o volume registrado foi de 33.902 produtos. No acumulo dos dois anos, o Clube recebeu R$ 23.772.090,37 em materiais esportivos, valor que ultrapassa os R$ 15.772.090,37 do limite de cota contratual, que foi fechado em R$ 4 milhões anuais, excedendo cerca de 297% no período. Vale destacar que a Nike não cobra pelos itens pedidos a mais.
Em um jogo contra o Fluminense, no Maracanã, pelo Brasileirão, o Corinthians precisou jogar com seu segundo uniforme, isso porque havia falta de camisas 1 em seu estoque.
Inclusive, através de uma denúncia anônima, a auditoria do Alvinegro constatou a ocorrência de comércio clandestina de materiais pertencentes ao Timão, tanto dentro quanto fora do Clube. Foi comprovado que funcionários estariam intermediando a venda de produtos da Nike oriundos do estoque institucional.
Um funcionário do Corinthians foi identificado vendendo materiais entre R$ 150,00 e R$ 180,00, segundo a auditoria, ele reconheceu sua participação no esquema, mas não foi identificado no relatório.
