Primeiro tempo de domínio e intensidade ofensiva do São Paulo
O São Paulo iniciou a partida diante do Bahia, neste sábado (25), com uma postura dominante e bem ajustada taticamente. Hernán Crespo montou o time em um esquema de alta pressão e movimentação constante pelos lados, apostando na velocidade de Lucas Moura e Luciano.
A estratégia deu resultado logo no início, com o gol de Luciano aos 7 minutos após jogada trabalhada desde a defesa. O Tricolor manteve o controle da posse e ampliou com Damián Bobadilla ainda no primeiro tempo, indo para o intervalo com 2 a 0 no placar e o Morumbi em festa.
A equipe demonstrava segurança na transição ofensiva, com Marcos Antônio sendo o elo entre a defesa e o ataque. As triangulações entre Enzo Díaz e Lucas Moura pelo lado esquerdo abriram espaços na marcação baiana, que parecia perdida diante da intensidade paulista. A torcida aprovava o desempenho e a forma como o time impunha seu ritmo, acreditando em uma vitória tranquila.
Substituições e mudanças táticas questionadas
No segundo tempo, Crespo decidiu mexer na equipe, tirando Maik, que havia dado uma assistência e estava bem no jogo, para a entrada de Maílton. A decisão gerou divisão imediata entre os torcedores. “Maik deu assistência e como prêmio o Crespo tirou ele do jogo”, escreveu um torcedor nas redes. Outro foi mais direto: “Crespo novamente fazendo cagada. Por que tirar o Maik, o moleque estava indo bem no jogo.”
Parte da torcida, porém, entendeu o raciocínio do técnico argentino. “Crespo acerta na decisão de tirar Mayk que, não foi mal no primeiro tempo. Amarelado e já havia sido inocente e cometido uma falta perigosa no primeiro tempo e, com a entrada de Sanabria, seria questão de tempo uma expulsão.” O treinador também promoveu as entradas de Gonzalo Tapia, Ferreira e Luiz Gustavo, buscando dar fôlego ao meio e explorar os contra-ataques, mas o ritmo caiu, e o São Paulo perdeu intensidade.
Cansaço e rigidez contra o Bahia
Com o passar dos minutos, o São Paulo passou a demonstrar desgaste físico evidente, principalmente no setor defensivo. Crespo manteve a estrutura tática sem alterar o posicionamento da linha de quatro, o que deixou o sistema vulnerável e previsível. As críticas se multiplicaram: “Cara, porque o Crespo deixa esse sistema defensivo morrer de cansaço?” e “Crespo é inimigo da substituição pqp”, foram frases que resumiram o sentimento de parte da torcida.
Mesmo com o domínio territorial no primeiro tempo, a equipe perdeu o controle das ações após as trocas, permitindo que o Bahia, contra o Tricolor, criasse boas oportunidades. A queda de intensidade reacendeu um debate sobre a insistência de Crespo em manter certas formações por longos períodos, algo que já havia sido questionado em partidas anteriores. Ainda assim, o resultado foi mantido, e o São Paulo garantiu mais três pontos importantes no Morumbi.
A vitória por 2 a 0 consolidou o bom momento da equipe no campeonato, mas deixou lições claras. Crespo mostrou convicção em suas decisões, mesmo sob pressão, o que reflete seu estilo firme e analítico. No entanto, a falta de flexibilidade em alguns momentos e a demora nas substituições continuam sendo pontos de atenção.
O técnico argentino, que costuma valorizar o coletivo acima das individualidades, demonstrou novamente sua preferência por um futebol de posse, compactação e intensidade. Contudo, precisará encontrar o equilíbrio entre sua filosofia e a gestão física do elenco para evitar sustos nas próximas rodadas.
