Drama de Daniel Marcos

A trajetória de um jovem talento do futebol brasileiro chegou a um desfecho inesperado. Daniel Marcos, ex-lateral-direito formado nas categorias de base do Corinthians, viu seu sonho ruir após uma grave lesão no joelho. Agora, ele busca na Justiça uma reparação por tudo que perdeu dentro e fora de campo.

O episódio decisivo aconteceu em dezembro de 2020, durante uma partida do Brasileirão Sub-20 contra o Grêmio. A lesão no joelho direito levou Daniel a enfrentar três cirurgias e uma série de tratamentos intensivos. No entanto, mesmo com todos os esforços médicos e fisioterapêuticos, o atleta não conseguiu se recuperar plenamente. “O período de reabilitação foi tortuoso, eis que não havia melhoras e sempre que iniciava a transição… ocorria retrocesso em virtude das dores e limitações.”

Cobrança milionária ao Corinthians

Sem conseguir retornar aos gramados, Daniel encerrou oficialmente sua carreira em janeiro de 2025, aos 24 anos. Desde então, deu início a uma batalha judicial contra o Timão. O jogador entrou com uma ação na 4ª Vara do Trabalho de São Paulo, solicitando uma indenização de R$ 5 milhões. Desse montante, R$ 1,5 milhão referem-se a pensão alimentícia e R$ 1,8 milhão a lucros cessantes ou seja, aquilo que ele deixou de faturar com sua carreira interrompida.

A ação levanta uma série de questões importantes sobre o cuidado com atletas lesionados, principalmente aqueles ainda em formação. O caso de Daniel não é isolado, mas chama a atenção pelo nível de desgaste físico e emocional enfrentado em tão pouco tempo.

Tentativas de retorno e ruptura contratual

Apesar da sequência de problemas médicos, Daniel teve seu contrato renovado pelo clube em 2018 e manteve vínculo até dezembro de 2024, com salário fixado em R$ 17 mil mensais. Durante esse período, foi emprestado ao Cianorte e ao Ferroviário, em tentativas de retomar o ritmo de jogo. No entanto, as dores persistentes sempre o impediram de evoluir.

O vínculo com o Corinthians foi encerrado em março de 2024. Na ocasião, o clube pagou R$ 131 mil referentes às verbas rescisórias. Ainda assim, o jogador tentou dar mais uma chance à carreira ao fechar com o Resende, mas novamente esbarrou nos limites impostos pela lesão crônica.

Hoje, o processo judicial movido por Daniel Marcos se torna símbolo de uma realidade muitas vezes ignorada: a falta de estrutura para lidar com o pós-lesão em jovens promessas do esporte. O desfecho do caso será crucial não apenas para ele, mas como exemplo de como o futebol brasileiro trata os seus talentos quando a bola para de rolar.