Pressão no Timão
A pressão sobre Augusto Melo só aumenta no Corinthians. Envolvido em quatro processos de impeachment e isolado politicamente dentro do Parque São Jorge, o presidente alvinegro enfrenta o desgaste mais grave de sua ainda curta gestão.
A situação ficou ainda mais delicada após a rejeição das contas referentes ao exercício de 2024, reprovadas de forma unânime pelo Conselho Fiscal (3 a 0), pelo Conselho de Orientação (16 a 1) e, por ampla maioria, no Conselho Deliberativo (130 a 73). Mesmo com um passado recente de maioria nos órgãos fiscalizadores, Melo perdeu apoio e agora se vê sob risco real de destituição.
Críticas contra a Augusto Melo
O cenário foi alvo de críticas contundentes do colunista Juca Kfouri, que não poupou palavras em sua análise sobre o colapso da gestão atual. “Seria cômico se não fosse trágico e amargo para quem é corintiano. Mas ver a debandada que se dá no Corinthians, do tipo o último que sair que apague a luz, chega mesmo a ser bizarro. Com anos de atraso, um bando de iludidos se dá conta do nível rastaquera de Augusto Melo e o abandona sem dó nem piedade. Embarcaram na megalomania dele sem querer enxergar o que viam, surdos às barbaridades que ouviam e ignoravam, de propósito, a folha corrida do candidato e, depois, do presidente que elegeram.”
Em tom ainda mais duro, Kfouri criticou aliados, influenciadores e parte da imprensa. “Influenciadores, pagos por ele ou não, engoliam as mentiras primárias, sem disfarce. Porque nem poder de sedução Melo tem, como esse tipo de encantador de serpentes costuma ter. Parte da mídia profissional entrou nessa também, acrítica, bajuladora, dependente. Um a um, de asseclas a meros apoiadores sem noção, agora o deixam só, enquanto o Corinthians naufraga.”
Alerta
Ele também relembrou o que chamou de alerta antigo sobre os riscos da eleição de Melo. “Ninguém pedirá desculpas aos que jamais embarcaram nas lorotas e maus feitos dele. Não admitirão o óbvio: se já estava péssimo poderia ficar pior, como, de fato, ficou — e está. Este blog, ainda antes da eleição, anunciava que Melo não terminaria o mandato. Informava que entre eleitores de Melo havia os que diziam votar nele por ser mais fácil impedi-lo do que tirar alguém da Renovação e Transparência, que acabou em Velhacaria e Opacidade.”
Por fim, o jornalista sugeriu que o Ministério Público deveria agir diante da crise no clube. “Vivêssemos num país mais cioso de suas riquezas, sendo o futebol como é, pela Constituição Federal, tratado como patrimônio cultural, o Ministério Público interviria para começar a salvação do clube centenário, segundo em popularidade no Brasil. Tivesse vergonha na cara, Augusto Melo renunciaria antes de sofrer o impeachment.”
Com o cenário institucional em colapso, o Corinthians segue tentando se reestruturar também dentro de campo, em meio a uma temporada de instabilidade e desconfiança por parte da torcida.
