Polêmicas com Paiva
A passagem do técnico Renato Paiva pelo Botafogo foi marcada por polêmicas e desentendimentos internos. O português chegou com expectativa e chegou a ter bons momentos, como a vitória por 1 a 0 sobre o PSG no Super Mundial de Clubes.
No entanto, acabou sendo demitido após a eliminação para o Palmeiras nas oitavas de final da competição, encerrando sua trajetória no clube após apenas quatro meses. A saída do treinador foi acompanhada por trocas de declarações com John Textor, dono da SAF do Botafogo.
Relação com Textor
Recentemente, Renato Paiva voltou a falar sobre o tema. Em entrevista à RMC Sports, o português fez novas críticas ao empresário norte-americano, revelando bastidores da relação entre ambos durante sua passagem pelo clube carioca.
“Era uma relação fria com John Textor. Para mim, é muito estranho que um dono do clube fale com o seu treinador apenas cinco vezes em quatro meses. Mas é assim que as coisas são e era assim que era meu relacionamento com ele. Fui demitido, na minha opinião e de outras pessoas com as quais trabalho, porque não estava a fazer certas coisas que ele queria que eu fizesse”, iniciou.
“Ele é o dono, tudo bem, mas contratou um treinador com as suas próprias ideias. Tem o direito de fazer o que fez, mas não da maneira que fez. Tenho minhas ideias, estudei futebol, estudei os jogadores adversários, me reuni com meus jogadores todos os dias. Se tiver de morrer, morrerei com as minhas ideias. O que é diferente de não ouvir. Eu ouvia os meus dirigentes. Mas não ia fazer coisas malucas. Era assim no Botafogo”, afirmou Paiva.
Figura midiática
O treinador também classificou Textor como uma figura midiática e questionou seu entendimento sobre futebol. Paiva chegou a relembrar o abraço de Textor na frente das câmeras após a vitória contra o PSG.
“Para mim, ele é um showman. Claro que tem os seus méritos, ganhou o Campeonato Brasileiro e a Libertadores. Mas, na minha opinião, essas conquistas não estão relacionadas com a compreensão dele do futebol, mas sim com a escolha das pessoas. As pessoas dizem que ele não ouve muito os outros e eu sou o exemplo perfeito disso. Ele não sabe ouvir. Isso é um problema”, destacou.
“Mas ele também faz coisas como aparecer em público a usar um chapéu de cowboy, a provocar as pessoas, a dizer antes do Mundial de Clubes que íamos jogar contra o PSG e que era uma equipe pequena. Quando fui entrevistado após a vitória contra o PSG, veio na minha direção e beijou-me. Poderia tê-lo feito no vestiário longe das câmeras. Estava a fazer um show. Pôde me beijar ao vivo e, sete dias depois, me demitir. Isso diz mais sobre ele do que sobre o meu trabalho”, finalizou o português.
Opinião do Antenados no Futebol
As críticas de Renato Paiva reforçam um ponto sensível da gestão de John Textor: a interferência direta e o foco em exposição pública. Embora o Botafogo tenha colhido títulos importantes, o modelo de gestão ainda gera ruídos internos.
