Valdir Bigode comenta situação do Vasco
Ídolo e ex-artilheiro do Vasco, Valdir Bigode não escondeu a frustração com a atual gestão do clube. O ex-atacante, que também foi interino em 2018 e trabalhou como auxiliar entre 2014 e 2018, revelou ainda ter valores a receber e demonstrou revolta por estar na lista de credores no processo de recuperação judicial.
Em entrevista ao Basticast, Valdir foi direto ao criticar a forma como o clube vem conduzindo suas dívidas, especialmente com ex-funcionários e atletas. Para ele, a recuperação judicial se tornou um mecanismo que deixou muita gente sem perspectiva de receber o que tem direito.
“O Vasco tem uma história linda, que hoje está muito pior. O Vasco abandonou seus funcionários. Recuperação judicial para salvar o Vasco, não vai pagar um monte de gente, deixou 200, 300, 400 pessoas para trás. Cara, quando você não paga as pessoas as coisas boas não vêm para você, você não vai prosperar. A recuperação judicial é uma trava para pagar os seus funcionários antigos. Estão aguardando a decisão judicial para ver como vai pagar as pessoas”, desabafou.
Dívidas e recuperação judicial
A medida tomada pelo clube suspendeu temporariamente os pagamentos devidos, definindo que a quitação das pendências começará apenas em 2026, com descontos e parcelamentos. Esse prazo estendido gerou forte insatisfação em ex-jogadores e funcionários que aguardam por seus direitos.
“O Vasco é um gigante, o que são R$ 2 milhões por mês? Nada, muito pouco. Era o que se pagava para os funcionários. Tem direito a receber, entra na fila e fica lá recebendo todo mês. Parou de pagar tem mais de um ano, não tem como administrar isso. Eu estou entre esses funcionários como jogador, no período de 2003/2004”, afirmou o ex-atacante.
Comparação com o Flamengo
Valdir Bigode também fez questão de destacar que o Vasco poderia ter seguido o exemplo do rival Flamengo, que em 2013 iniciou um processo de reestruturação financeira. Na visão do ex-jogador, bastava humildade para aprender com o modelo do vizinho, que conseguiu se recuperar no cenário nacional.
“Não precisa inventar nada, é só olhar para o lado, acompanhar, ligar, pedir ajuda. O Flamengo começou a andar e a falar, era só ter acompanhado isso, basicamente. Quando você tem uma empresa que não paga os seus, você não vai prosperar. O Vasco deixou de pagar a quem devia, o Flamengo começou a pagar. Agora fica difícil, vai administrar o que agora? É quase que impossível. A gente está ficando para trás”, criticou.
