Um reforço que perdeu espaço no Cruzeiro
Quando o nome de Walace foi anunciado no meio do ano passado, sob a gestão da recém-implementada SAF comandada por Pedro Lourenço, o Cruzeiro comemorava uma de suas primeiras grandes aquisições após a compra do clube junto a Ronaldo Fenômeno. O volante, vindo da Udinese, da Itália, chegava com a expectativa de ser um dos pilares do novo projeto celeste, simbolizando o início de uma era ambiciosa.
O investimento refletia a confiança no jogador: US$ 6 milhões, algo em torno de R$ 42 milhões, valor que o colocava entre as contratações mais caras da equipe nos últimos tempos. Na época, torcedores e analistas enxergavam em Walace um nome capaz de dar solidez ao meio-campo e experiência a um elenco ainda em reconstrução.
Do sonho à reserva
Porém, dezesseis meses depois de sua chegada à Toca da Raposa, o cenário mudou completamente. O jogador, antes visto como titular incontestável, passou a ocupar o fim da fila entre as opções do banco de reservas. A perda de espaço foi gradual, mas ficou evidente com o passar das rodadas do Campeonato Brasileiro, à medida que o técnico optava por outras alternativas no setor.
O clássico contra o Atlético, nesta quarta-feira, na Arena MRV, marca uma situação simbólica. Caso não entre em campo, Walace completará um turno inteiro sem atuar pela equipe. Curiosamente, seu último jogo foi justamente contra o arquirrival, em 9 de setembro, quando entrou nos minutos finais da derrota por 2 a 0. Foram apenas sete minutos em campo naquela ocasião.
Uma temporada de silêncio
Desde então, o Cruzeiro enfrentou todos os 19 adversários da Série A sem contar com o volante, além de ter reencontrado o Atlético nas oitavas de final da Copa do Brasil, também sem sua presença. O afastamento dos gramados levantou questionamentos sobre o futuro do jogador e sua relação com o planejamento da comissão técnica.
Ao longo da atual temporada, Walace disputou 18 partidas e somou 775 minutos, números bem distantes do que se esperava de um reforço de seu calibre. No ano anterior, havia atuado em 17 jogos e marcado dois gols, desempenho que ainda sustentava alguma confiança para 2024.
Agora, com o fim do ano se aproximando, o destino do meio-campista parece traçado. Tudo indica que ele deixará o Cruzeiro em 2026, seja por meio de uma venda ou de uma troca. Uma trajetória que começou com promessas de protagonismo pode encerrar-se em silêncio, como uma lembrança de que, no futebol, o tempo e as circunstâncias mudam tão rápido quanto um passe mal medido no meio-campo.
