Sport encara dor profunda após queda

O rebaixamento consumado abalou o ambiente do Sport e expôs a fragilidade emocional de um elenco que não conseguiu evitar o retorno à divisão inferior. O capitão Rafael Thyere, um dos símbolos recentes do clube, deixou o campo visivelmente abalado após a derrota pesada para o Flamengo, na Arena de Pernambuco, e não conteve o choro ao falar sobre o momento vivido pelo Leão.

O zagueiro, entrevistado ainda à beira do gramado, mostrou o quanto a campanha machucou o grupo e especialmente quem carrega longa trajetória dentro do clube. Em meio ao abatimento, ele desabafou sobre a frustração acumulada e não escondeu a sensação de impotência diante da queda. Foi quando, em voz embargada, afirmou: “É uma dor muito grande, uma dor muito grande mesmo, de ver tudo que foi construído durante esses anos e ver esse ano da forma que foi. Dói muito. Dói muito, dói de verdade, cara”.

Compromisso com a reconstrução

Mesmo tomado pela tristeza, Thyere ainda buscou transmitir esperança aos torcedores que acompanharam mais um rebaixamento. O camisa 15 demonstrou confiança de que a próxima temporada trará uma resposta positiva e reafirmou a necessidade de reconstrução interna. Em outro momento da entrevista, reforçou a importância do torcedor e deixou registrado: “Mas eu creio, eu creio que ano que vem será muito melhor. Mais uma vez, eu vou deixar o pedido de desculpa para o torcedor, mas de uma forma muito mais protocolada, porque eu não sei mais o que falar para o torcedor. Vamos trabalhar e colocar esse clube de volta no melhor”.

Thyere, que viveu o mesmo trauma em 2021, reconheceu que a temporada atual não entregou nada do que se esperava. Para ele, a campanha precisa ser enterrada e servir apenas como um ponto de partida para reorganizar o clube. A dor, segundo o defensor, vem tanto do desempenho coletivo quanto da responsabilidade de vestir a camisa de um time tão representativo. Por isso, fez questão de concluir: “E foi um ano para esquecer 100%, cara, em tudo. Como eu falei, não tem como eu chegar agora aqui e falar e comentar, mas… Esse clube é gigante, cara. Esse clube tem que se reerguer”.

Homenagem e lembranças

Além do peso esportivo, o capitão carregou também uma carga emocional relacionada à recente perda do ex-presidente Milton Bivar, figura importante na sua trajetória dentro do clube. Sensível ao contexto, Thyere aproveitou o momento para enviar uma mensagem pública à família e reconhecer o papel decisivo do dirigente em sua carreira. Assim, deixou registrada sua homenagem: “Quero deixar meus sentimentos a toda a família do Milton Bivar, que foi um cara que me ajudou muito e me fez estar aqui no Sport. Eu sei que talvez não seja nenhum momento, mas eu senti no meu coração ele falar e mandar um abraço para toda a família dele. Dizer que sinto muito”.

A noite marcada pela queda, pelo desabafo e pela emoção reforça a urgência de reestruturação dentro do Sport. Mesmo em meio ao caos, Thyere representa o elo entre frustração e esperança, entre um ano devastador e a crença de um recomeço necessário para devolver o clube ao lugar que sua história exige.