Gabigol, o auge passou?

Gabigol, o escolhido para bater o pênalti que daria a classificação à final da Copa do Brasil ao Cruzeiro. A quinta cobrança parecia protocolar. Decisivo, artilheiro, batedor de pênalti. Entrou para este momento. Gabigol não só errou a cobrança, como saiu caminhando naturalmente para o meio-campo de imediato. Como se o Gabigol de antes não existisse mais.

Não é que Gabigol não sentiu a dor da eliminação nas semifinais para o Corinthians, após a partida. É que se trata de outro Gabigol que estamos acompanhando. Ao menos, uma nova versão desde 2023.

Menos confiante, menos intimidador, menos preciso. Menos decisivo. Este aspecto moldou e vai moldar a carreira do atacante: o quanto ele consegue ser protagonista na hora H. Final? Jogo grande? Gabigol se fazia presente. Mas o 9 do Cruzeiro não aparenta ser o mesmo dos tempos áureos do Flamengo.

Reserva no Cruzeiro

Na virada de ano para 2025, o Cruzeiro surpreendeu a todos ao anunciar a chegada de Gabigol como o novo camisa 9. O contratado para ser o homem-gol cruzeirense. Seria. Kaio Jorge explodiu e deixou Gabigol no banco de reservas em grande parte da temporada no esquema de Leonardo Jardim.

Nos números, Gabigol participou de 49 jogos, com 13 gols e quatro assistências, totalizando 2282 minutos em campo. Em média, 1 gol a cada 175 minutos. Saiu do banco de reservas em 26 jogos, mais da metade das vezes da temporada.

MG – BELO HORIZONTE – 10/12/2025 – COPA DO BRASIL 2025, CRUZEIRO X CORINTHIANS – Gabriel Barbosa Gabigol jogador do Cruzeiro lamenta durante partida contra o Corinthians no estadio Mineirao pelo campeonato Copa Do Brasil 2025. Foto: Gilson Lobo/AGIF

Em campo, mostrou lampejos do velho Gabigol no começo do ano. Fez o gol do empate contra o América-MG nas semifinais do Mineiro, fez gols de vitórias sobre Mirassol e Flamengo no Campeonato Brasileiro, mas perdeu fôlego. À exceção do gol contra o Bahia, vive um segundo semestre decepcionante. Não marca desde o dia 5 de outubro (contra o Sport) e entrou em fase descendente.

Fim aquém no Flamengo

De 2023 pra cá, os números não mentem. As duas últimas temporadas de Gabigol no Flamengo refletem o mesmo cenário visto no Cruzeiro: a concorrência com um titular em alta (neste caso, Pedro) e uma queda brusca em participações em gols.

Em 2024, Gabigol somou 8 gols em 38 jogos, com 1 gol a cada 183 minutos; em 2023, foram 20 bolas na rede, mas em 58 partidas – 1 gol a cada 201 minutos. A título de comparação, viveu o seu último “melhor” ano em 2022: marcou 29 gols em 63 jogos em 2022, com 1 gol a cada 171 minutos.

RJ – RIO DE JANEIRO – 02/10/2024 – COPA DO BRASIL 2024, FLAMENGO X CORINTHIANS – Gabigol jogador do Flamengo comemora gol durante partida contra o Corinthians no estadio Maracana pelo campeonato Copa Do Brasil 2024. Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Mesmo em 2024, ainda deu um gostinho do antigo Gabigol com dois gols na decisão da Copa do Brasil contra o Atlético-MG. Pouco, é verdade, mas nos fez lembrar do ídolo Rubro-Negro que resolveu duas finais de Libertadores. Este era o jogador que o Cruzeiro esperava contar, não o deste segundo semestre.

Futuro longe da Raposa?

Sem espaço entre os titulares, Gabigol se aproxima de uma saída precoce no Cruzeiro, mesmo com contrato até o fim de 2028. O Santos, o seu clube formador, surge como potencial interessado. A volta à antiga casa pode fazer com que Gabigol reencontre o artilheiro que deixou no passado.