Lyon busca reforços no elenco do Botafogo
Depois de acertar com Endrick, o Lyon voltou a mirar o Botafogo em busca de reforços para a próxima temporada, mas o cenário entre os dois clubes é de distanciamento. Mesmo com o interesse francês em atletas do elenco alvinegro, as chances de uma negociação são consideradas pequenas. A diretoria do Botafogo avalia que, além de restrições econômicas do Lyon, a relação institucional entre as equipes atravessa um momento de forte desgaste, segundo informações do GE.
Os dois clubes ainda pertencem à Eagle Holding, rede multi-clubes criada por John Textor, mas as conexões entre eles enfraqueceram após a saída do empresário do comando do time francês, em junho deste ano. A relação, antes próxima, hoje é tratada de forma estritamente profissional, sem benefícios mútuos nas tratativas.
A nova gestão do Lyon e os entraves financeiros
O Lyon está agora sob controle da empresária sul-coreana Michele Kang, responsável por estabilizar financeiramente o clube e evitar o rebaixamento na última temporada. A nova direção, no entanto, herdou pendências que envolvem o Botafogo. O clube brasileiro entende que há valores em aberto de negociações anteriores, algo que a cúpula francesa contesta, inclusive com ações judiciais tramitando no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Além da disputa financeira, o Lyon enfrenta limitações de mercado, já que a Ligue 1 impõe restrições ao número de estrangeiros permitidos por elenco. Isso reduz a margem para investir em atletas brasileiros e, consequentemente, afasta a possibilidade de grandes transferências.
Distanciamento crescente entre os clubes
Nos últimos anos, os dois times protagonizaram diversas trocas, com nomes como Jeffinho, Lucas Perri, Adryelson e Thiago Almada passando de um lado ao outro. Entretanto, o cenário atual é completamente diferente. O Botafogo trata o Lyon como qualquer outro clube interessado, sem relação preferencial, mesmo pertencendo à mesma holding.
O afastamento também foi agravado por divergências políticas dentro do grupo de clubes da Eagle. A tentativa da empresa de investimentos Ares de afastar Textor do controle do Botafogo e o conflito subsequente sobre o comando da holding geraram um desgaste que parece, por ora, irreversível.
Trocas entre Botafogo e Lyon se tornam remotas
Mesmo que a imprensa europeia mencione possíveis sondagens, a diretoria alvinegra acredita que vender para outros clubes pode render valores mais significativos e condições mais seguras de pagamento. O Lyon, diante das dificuldades financeiras e da falta de sintonia com Textor, perdeu espaço como destino prioritário para os jogadores do Botafogo.
Na prática, a “família Eagle”, como Textor costumava definir o grupo de clubes sob sua liderança, deixou de funcionar de forma integrada. Hoje, o Botafogo atua com independência total no mercado, buscando fortalecer sua posição esportiva e financeira sem depender das decisões externas da holding.
