Gol do tetra do Flamengo
O Flamengo viveu um momento de pura intensidade quando Danilo decidiu o tetracampeonato, sustentado por uma combinação de fortaleza emocional e foco absoluto. Aos 21 minutos da etapa final, enquanto avançava do campo de defesa em direção à área adversária, o zagueiro repetia mentalmente um único mantra: “procura a bola”. Conforme relatou, essa concentração quase espiritual guiou cada movimento até o cabeceio histórico que selou o título rubro-negro.
Ainda rememorando o momento em entrevista ao Fantástico, o defensor confessou que a visualização do lance ocorreu de forma quase automática. Contudo, o mais surpreendente, segundo o próprio jogador, foi perceber como a chamada “lei da atração” influenciou diretamente o movimento que o levou ao encontro da bola cruzada por Arrascaeta.
De acordo com Danilo, a mudança de posicionamento foi fundamental: até então, ele vinha atacando o primeiro pau, porém decidiu ajustar a rota e seguir em linha reta em direção ao gol. Portanto, quando o cruzamento subiu mais alto do que o padrão, bastou apenas o impulso para completar o movimento. O zagueiro garante que não se lembra de nada após a cabeçada. “Ficou tudo escuro”, relatou.
O trabalho invisível antes do título
Assim como ressaltou, o gol foi consequência de semanas de preparação intensa. Os treinos de salto, realizados com fisioterapeutas e com o próprio Rodrigo Caio, hoje responsável pelo estudo das bolas paradas, foram determinantes para que a ação ocorresse com precisão. Além disso, o bloqueio perfeito de Jorginho e o posicionamento ofensivo treinado repetidas vezes reforçaram a ideia de que nada aconteceu por acaso.
Apesar do gol decisivo, Danilo destacou outro momento tão marcante quanto o da cabeçada: o corte salvador diante de Vitor Roque, já nos minutos finais. Assim, mesmo pressionado e posicionando-se quase dentro da pequena área, o defensor agiu por instinto e travou o chute que poderia ter mudado o destino da partida. “Comemorei como um gol”, admitiu.
Em seguida, o zagueiro lembrou o lance em que perdeu a bola para Vitor Roque minutos antes. Ele reconheceu a falha, atribuiu ao hábito de jogar sempre de frente, herança de sua formação como meio-campista, e afirmou que a reação da equipe para evitar o gol mostra a força coletiva. Contudo, garantiu que mesmo nos erros, a serenidade foi decisiva para seguir firme na final.
A titularidade confirmada horas antes
Outra revelação foi o fato de ter descoberto que seria titular apenas três horas antes da partida. De imediato, Danilo disse que estava preparado para qualquer cenário e que voltou ao Flamengo justamente para assumir protagonismo dentro e fora de campo. Segundo ele, o mês mais exigente da temporada coincidiu diretamente com os jogos decisivos que definiram os rumos do clube.
Por fim, Danilo aceitou com naturalidade o rótulo de herói, embora tenha reforçado que o tetracampeonato é fruto do coletivo. Portanto, mesmo vivendo um dos momentos mais marcantes da carreira, destacou que não há tempo para descansar: na quarta-feira, o Flamengo decide o Campeonato Brasileiro, e logo adiante, a equipe ainda disputará a Copa Intercontinental. “É privilégio atrás de privilégio”, resumiu o zagueiro, que sonha em colocar o clube novamente no topo do mundo.
