Articulação do ídolo do Internacional
O Internacional anunciou oficialmente o retorno de Abel Braga ao comando técnico para as duas rodadas finais do Brasileirão. Assim, o clube recorre novamente ao treinador mais emblemático de sua história em meio a uma crise sem precedentes. Contudo, o ponto que mais chamou atenção não foi apenas a volta de Abel, mas o papel central de Andrés D’Alessandro para torná-la possível.
Conforme revelado na entrevista coletiva, o presidente Alessandro Barcellos detalhou como se desenhou o movimento que culminou na volta do multicampeão. Segundo ele, após a saída de Ramón Díaz, a direção sabia que precisava de alguém capaz de unir o grupo, reacender a confiança e, portanto, oferecer ao elenco alguma possibilidade de reação imediata. Nesse contexto, D’Alessandro assumiu o protagonismo.
Ainda durante a apresentação, Barcellos contou que a sugestão partiu diretamente de D’Ale, que não hesitou em fazer o primeiro contato com Abel. “O não a gente já tinha”, afirmou o presidente. O argentino ligou, apresentou o cenário crítico do clube, expôs o desespero vivido internamente e, por fim, perguntou se Abel teria energia para encarar um último desafio. O que parecia apenas uma sondagem transformou-se rapidamente em acerto. “Esse primeiro contato virou o definitivo”, confirmou Barcellos.
Em um segundo momento, ficou evidente que Abel voltou motivado exclusivamente por identificação e compromisso com o Internacional. Contudo, apesar de estar afastado desde 2022 e sem intenção de permanecer para 2026, ele aceitou prontamente após ouvir os pedidos de D’Alessandro e Barcellos. Aos 73 anos, ele retornou movido por história, memória afetiva e senso de responsabilidade com o clube.
Começo imediato
Dessa forma, Abel não perdeu tempo. Ao chegar ao CT, assumiu o comando do treinamento imediatamente, ciente de que não terá praticamente nenhum período para ajustes táticos. Portanto, seu trabalho será centrado em mobilização emocional, algo que o clube julgava indispensável neste momento decisivo.
Ao mesmo tempo, a situação colorada continua delicadíssima. Restando apenas dois jogos, o Inter tenta evitar o segundo rebaixamento de sua história. Abel reconhece o tamanho da missão, mas acredita que a presença de um líder capaz de tocar emocionalmente os atletas pode, ao menos, reacender um fio de esperança.
Reação da torcida
Enquanto isso, nas arquibancadas e redes sociais, a mobilização foi instantânea. Parte dos torcedores recebeu o retorno com alívio; outros, com preocupação. Contudo, a maioria reconhece o simbolismo e o impacto psicológico que Abel gera no vestiário e no clube.
Independentemente do desfecho da campanha, a forma como Abel retornou ao Beira-Rio já se tornou mais um capítulo marcante de sua trajetória com o Internacional. Portanto, seja com permanência ou queda, o gesto costurado por D’Alessandro e o aceite imediato do treinador reforçam a conexão única que ambos mantêm com o clube.