Internacional vence no Beira-Rio
O Internacional encarou o Bragantino na última rodada com o peso de uma temporada inteira nas costas. A angústia que tomou conta da torcida antes da bola rolar se transformou em um grito de sobrevivência ao fim dos 90 minutos. Uma vitória por 3 a 1 que não valeu taça, não valeu festa de título, mas valeu tudo: a permanência na Série A. Cada lance carregava tensão, cada notícia de outros estádios mexia com as emoções.
O roteiro foi dramático, mas o Inter se fez presente quando mais precisou. Gabriel Mercado abriu o caminho ainda no primeiro tempo, aproveitando falha de Cleiton e incendiando um Beira-Rio amedrontado.
Na etapa final, Alan Patrick chamou a responsabilidade: converteu o pênalti com frieza de líder e colocou o time com uma mão no objetivo. O domínio colorado era claro, mais volume, mais chances, mais imposição. O Bragantino, que lutava por vaga continental, sentiu o ritmo e foi ficando pelo caminho.
Johan Carbonero entrou para sacramentar permanência
Mas o grande personagem da tarde foi Johan Carbonero. O colombiano entrou no segundo tempo como peça de velocidade, e entregou muito mais do que isso. Em um lance que simboliza o que é lutar até o fim, ele disparou desde o meio-campo, venceu a marcação no puro físico e mandou para a rede o gol que liquidou a partida e a aflição. Carbonero, frequentemente questionado ao longo da temporada, jogou sua chance no limite e transformou-se no herói improvável de um jogo que recolocou o Inter no seu lugar: entre os grandes.
Carbonero não teve um ano fácil. Oscilou, sofreu com pressão externa e interna, muitas vezes começou no banco e viu críticas se tornarem rotina. Contra o Bragantino, ganhou 20 minutos, e com eles escreveu sua história. O gol não foi apenas um golpe mortal no adversário. Foi uma corrida contra tudo que o colocava para baixo: contra as dúvidas, contra os erros que o perseguiram, contra o fantasma que rondava o Beira-Rio há semanas. Quando a bola estourou a rede, Carbonero explodiu junto com a arquibancada.
A reta final virou catarse: lanternas dos celulares acesas, lágrimas escorrendo, o estádio inteiro pulsando um único sentimento: alívio. A permanência veio não só pelo resultado, mas pela entrega de um elenco que, mesmo sob desconfiança, decidiu lutar no momento mais decisivo do Brasileirão.
Opinião da Redação do Antenados no Futebol
O Inter termina uma temporada que testou o emocional do torcedor como poucas vezes, e, agora, aliviado, foca em 2026. Foi na dor que encontrou sua força. Foi no desespero que reencontrou seu caminho. E no último capítulo, com Mercado firme, Alan Patrick decisivo e Carbonero libertador, o clube mostrou que gigante consegue se superar quando muitos não esperam.
